terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vida de bóia-fria

“A gente se acostuma com tudo
A tudo a gente se habitua
E até não ter um lugar
Dormir na rua
A tudo a gente se habitua"
(Vida diet, Pato Fu)

É, estamos em Hastings há 5 dias, dos quais trabalhamos 3. Pois é, depois de passar quase 2 meses na “cidade grande”, chegou a hora de encarar a roça. O trabalho em si não está sendo tão difícil, agora é época de carpinar os matos que nascem entre os pés de abóbora para que eles possam crescer fortes e dar seus frutos. O que torna tudo mais pesado é o solão que temos que encara na cabeça o dia todo. Se formos olhar pra meteorologia, não deve passar de 26 graus, mas com o sol daqui, parece 40. Só com muito sundown 50 pra encarar...

Nosso boss passa pra nos pegar às 6h30 e o batente começa às 7h. A maioria das pessoas tem trabalhado até 19h30, ou seja, 12h de trabalho + 30 min de almoço (descontados) com alguns breakes de 15 minutos a cada 2 horas ou 2 horas e meia. Como estávamos na nossa vida sedentária, onde só andávamos a passeio, não a trabalho, os primeiros dias não foram tão fáceis. O bom é que temos a liberdade de trabalhar menos tempo. Nos dois primeiros dias fizemos 8h, no terceiro o Shura aguentou um pouco mais, eu tive que ir descansar um pouco no carro – o sol estava demais, deu até dor de cabeça. Como ganhamos por hora, não faz tanta diferença pros chefes.

Mas dá pra levar bem. Não é tanto questão de força, mas de jeito. A enxada não é daquelas grandes que usamos no Brasil, pesadas, é uma menorzinha, bem afiada, que facilita o trabalho. Porém, a grande maioria da mão-de-obra é formada por homens. Na nossa turma, somos em 4 ou 5 mulheres apenas, para 25 homens. 90% é brasileiro, os outros são da América Latina (Chile, Argentina, Uruguai). Há outras turmas com indianos e pessoas de outros lugares, mas os brasileiros dominam o trabalho nas roças neo-zelandesas (seja aqui em Hawkes Bay ou na Ilha Sul).

Enfim, tudo é questão de adaptação. Ontem e hoje não fomos trabalhar porque a chuva não deixou, então deu pra descansar bem. No começo o corpo ficou bem dolorido. Pernas, costas, braços, mãos... não é pra qualquer um. Mas agora estamos mais equipados, providenciamos chapéus e luvas pra aguentar melhor o tranco. Então que pare a chuva e venha a roça!

Se formos continuar por aqui, em meados de janeiro o trabalho deve mudar um pouco. Começa a época da colheita, que exige um pouco mais, porque normalmente paga-se por produção e não mais por hora. Mas, para minha alegria e de outras pessoas mais “frágeis”, rs, começa também o trabalho das Packing Houses, ou seja, empacotar as frutas pra despachar. Esse dizem que é bem mais tranquilo, primeiro porque é um galpão fechado, então não temos o agravante do sol. Alguns dizem que chegam a pagar até mais, ou que é possível fazer mais horas por dia. Vamos ver...

O fato é que de agora até abril este é o lugar pra faturar com a horticultura. Agora é época de abóbora, maçã, entre outras coisas como tomate e cebola. E tudo isso tem por aqui. Depois de abril, dizem que o negócio começa a esquentar nas plantações de uva. Aqui tem algumas, mas a maioria é na Ilha Sul. Mas da mesma forma que o negócio esquenta, o tempo esfria... não deve ser moleza encarar a roça no inverno daqui também.

Mas tudo bem, a gente se acostuma com o calor, com o frio, com tudo. Estamos tendo que nos acostumar com o fato de morar longe do centro da cidade, bem diferente de onde morávamos em Wellington, ao lado do centro. Ontem caminhamos mais de 10km (ida e volta) pra ir até o centro de Hastings. Isso porque a gente mora na “periferia”, em um bairro chamado Flaxmere. Até tem um comércio aqui, mas pouca coisa. O “melhor” é que só quando estávamos chegando de volta é que descobrimos que tem um ônibus que faz este percurso, rs. Mas tudo bem, coisas da vida.
Uma coisa é certa, a cidade é linda, pequena, porém super aconchegante e com tudo o que precisamos. E mesmo trabalhando na roça, quando a gente cansa, olha pros lados e respira fundo, logo ganha novo ânimo, porque o visual é maravilhoso.

Pelo menos vamos ficar “fit”, hehe. Tudo o que comemos está sendo muito bem gasto. Aliás, voltamos a comer que nem gente, estou encarando o fogão todo dia, pelo menos na janta. Minha mãe ia ficar orgulhosa, rs. E para aguentar o tranco na roça, sanduiches naturais, muitas frutas, barras de cereal e muita, mas muita água.

E assim vamos levando, até que a Imigração resolva entrar em contato com a gente para responder sobre nosso pedido de visto. Seja como for, temos que resolver esta situação logo, pois dia 28 de janeiro expira nosso visitor’s permit. Por isso, continuem torcendo por nós!

Beijos e abraços,
Cris e Shurato

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Work time

Estamos perto de completar nosso segundo mês na Nova Zelândia e já estava mais que na hora de acabar nossas “férias” e começar a vida dura. Então, depois de alguns contatos com amigos e amigos de amigos, partimos para a busca efetiva de trabalho.

O maior empecilho para começar a trabalhar era o fato de não termos o work permit. A imigração nos negou na primeira tentativa (segundo eles, por problemas com o empregador, não com a gente), então tentamos novamente. Mas como o mundo para na época do Natal e Reveillon, estamos esperando eles voltarem ao trabalho para sabermos se a resposta desta vez é Yes ou No.

Mesmo assim, apenas com o visto de turista, resolvemos dar a cara a tapa e fomos de porta em porta procurar emprego. Passamos por quase todos os restaurantes, cafés e hotéis na região central de Wellington. Com o apoio do Léo, um amigo brasileiro que já mora aqui há algum tempo conhece algumas pessoas em restaurantes e hotéis por aqui, conversamos com pessoas, deixamos telefone, preenchemos fichas... e no fim das contas, funcionou!

Eu arrumei um trabalho “casual” de dishwasher em um restaurante, o Floriditas. Então, no dia seguinte, lá fui eu encarar a pia mais cheia de louça que já vi na vida. Como se não bastasse estar cheia quando cheguei, o movimento lá é imenso, então é praticamente impossível deixá-la vazia. No primeiro dia eu achei que fosse morrer de tanta dor nas costas e nas mãos, mas sobrevivi. No segundo dia consegui ser mais rápida e agradar um pouco mais o chefe – aliás, aqui não é preciso lavar bem lavado, o negócio é “dar uma meia sola” e jogar na máquina pra finalizar, o importante é ser rápido. Perfect, mal consegui mexer meus braços por dois dias, porque atacou minha tendinite, mas ok, recebi em cash os meus $12 por hora.

Eu trabalhei na quinta e na sexta. No dia seguinte foi a vez do Shurato. Ele conseguiu um trampo de kitchen hand no Parade Café, ou seja, além de lavar louça, ele ainda teria que ajudar a cortar coisas para os chefs cozinharem. Logo de cara ele já pegou uma bucha das grandes, trabalhou o fim de semana todo, sendo que só sábado foram mais de 10 horas sem parar nem para comer. Se eu quase morri, pra ele faltou pouco. Foi pesado, mas ok, ele aguentou firme, foi novamente no domingo e recebeu o suficiente para pagarmos uma semana de aluguel.

Falando assim parece que somos dois sacos de batatas, que não aguentam um trabalhinho à toa, mas só vendo o tamanho da encrenca pra sentir na pele. Foi bem mais pesado do que pensávamos. Até surgiram outras oportunidades semelhantes, mas depois da nossa experiência, nossa vontade de ir trabalhar em fazendas de vinho na Ilha Sul ficou ainda mais forte. Tudo bem, o trabalho também não é leve, mas pelo menos lá existe a possibilidade de aplicarem nosso work permit e conseguimos ganhar mais dinheiro (porque o trabalho é fixo, não casual como em restaurantes). Acontece que, como tudo nessa vida, as vinícolas também pararam nas festas, então tivemos que mudar um pouco nossos planos.

Por sorte (ou não), conseguimos contato com um brasileiro que está trabalhando em uma fazenda de pumpkings (abóboras) aqui na Ilha Norte. Por meio dele, conseguimos um trabalho temporário por lá, até que o mundo volte a funcionar e a gente consiga resolver nossa situação definitivamente. Partiremos para Hastings (este é o nome da cidade) no dia 25 de manhã e ficaremos por lá pelo menos até o dia 4 de janeiro. Não sei como é a internet por lá e se vou conseguir postar algo neste período, mas assim que possível daremos sinal de vida.

Já ia me esquecendo, mas é Natal (aqui 15h antes, rs)...

Então, desejamos um Feliz Natal para todos os nossos familiares, amigos e outras pessoas que encontraram nosso blog e têm nos visitado. Muito obrigada pela força que têm nos dado e que 2009 seja um ano maravilhoso para todos nós!

Merry Christmas and Happy New Year :-)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Rapidinhas sobre o cotidiano kiwi

1) A TV neo zelandeza tem apenas 7 canais, e o nome deles é bem difícil de decorar: o 1 chama One, o 2 chama 2, o 3 chama Three, o 4 – ah, esse é diferente! - chama C4 (rs). Os outros três eu não sei porque na TV do nosso quarto só pega até o 4, de vez em quando, malemá, pega um dos outros 3, mas desistimos de tentar assisti-los. Se não me engano, o 1 e o 2 são do mesmo “dono”, TV NZ (não sei se são privadas ou do governo), e o 3 e o 4 são meio concorrentes.

2) Os kiwis adoram barbecue (o famoso churrasco, ou BBQ), mas aqui as churrasqueiras são a gás, parecem um fogão com acendedores automáticos. Os poucos que fazem churrasco com carvão (principalmente os brasileiros) sofrem, porque dizem que o carvão aqui é caro e não é dos melhores pra pegar fogo.

3) É muito comum ver casais relativamente novos, de aparentemente cerca de 30 anos de idade, com 2 ou 3 filhos pequenos. Não sei se esse “fenômeno” é recente ou se o governo dá algum tipo de incentivo a eles (já que o país foi invadido por imigrantes e vai perdendo sua pouca identidade dia a dia), o fato é que aqui é bem comum ver casais empurrando carrinhos de bebê para dois (com duas crianças entre 3 e 4 anos) e outro bebezinho sendo levado naquelas “mochilas” de carregar bebês.

4) Muitos fumantes preferem “bolar” seu próprio cigarro do que comprar os industrializados. Eles compram a seda e o “recheio” e enrolam na hora que vão fumar – dizem as más línguas que é possível encontrar um certo tipo de maconha (não sei se concentrada ou diluida com outros matinhos) nas lojas de conveniência que vendem cigarros, vendida legalmente.

5) Antes de vir pra cá, li que os neo zelandezes não são ligados à moda. Não é exatamente assim, a verdade é que todos eles se acham os reis do fashion, porém o bom gosto nas combinações é um tanto quanto questionável. Já estou parando de me espantar com as bizarrices que vejo pela rua, como mulheres com meia calça arrastão e blusas cheias de brilho na praia debaixo de um solão, ou uma reencarnação da Cindy Lauper cheia de pedaços de panos misturados com couro e rendas. Os loucos são loucos, tranquilo, no Brasil também tem vários, mas as pessoas “comuns” cometem alguns modelitos que... aff (meu cunhado Márcio ia chorar se visse, rs).

6) Sal é coisa rara na culinária kiwi (seja a nativa ou a imigrante). Dizem que eles evitam a iguaria por preocupação com a saúde, em compensação, usam e abusam da pimenta. Quando a gente pede um steak com fritas e salada, a carne vem sem tempero nenhum, no máximo uma pastinha de manteiga com alho pra colocar em cima, já a salada, quase sempre vem com um molhinho caprichado na pimenta. Não sei se essa substituição é tão saudável assim...

7) Não se assuste se vir um kiwi andando descalço pela rua. Tudo bem, é uma cidade “de praia”, não tem nada demais em andar no calçadão ou nas proximidades da praia sem sapato, mas não é o caso. Pode estar o maior frio, tem gente que anda descalço no asfalto. Ou melhor, que tal ir ao supermercado de camisa, calça jeans e meia – sem sapato! Pois é, eles fazem isso com muita freqüência. Alguns só usam meias pretas, pra não ter o problema de ficarem encardidas de pisar no chão por aí.

8) Lojas do tipo brechó fazem o maior sucesso por aqui. Já tínhamos ouvido falar da loja do Salvation Army, uma instituição que recebe doações que, quando em bom estado, são vendidas na loja (de roupas a móveis) com fins filantrópicos, mas também existem as puramente comerciais. Já vi diversas lojas de roupas vendendo calças jeans, vestidos, casacos, acessórios, sapatos e muito mais, a preços que variam de $4,50 (isso mesmo, minha amiga comprou uma calça jeans praticamente nova por esse preço) a mais de $100 (sim, também tem coisas novas).

9) Wellington é uma das cidades onde mais se toma café no mundo. Existem inúmeros (nem sei estimar quantos) estabelecimentos especializados em café espalhados por todos os cantos da cidade. Só na Cuba St e Courtenay Place deve ter mais de cem. Como a concorrência é grande, eles não vacilam na qualidade e na variedade. É café preto, capuccino, mochaccino, com vanilla, com leite canela... quentes ou gelados... e de diversas origens (italiano, cubano...). Não sou de tomar café preto, mas os diferentes eu adoro! O Shura disse que o preto não é muito diferente do brasileiro.

10) Nunca vi sequer um cachorro de rua aqui. Já vi muitos “vira-latas”, daqueles de raça indefinida, mas todos eles estavam com uma colerinha passeando com seu dono. Aliás, os cães daqui são muito bem educados. É difícil ver algum latindo no meio da rua, ou querendo avançar em alguém. Muitos andam sem coleira e ficam bonitinhos perto do seu dono, sem nem olhar pro lado direito. Em compensação, os gatos fazem a festa na rua. Só aqui no hotel tem uns 4 ou 5 que ficam visitando nossa janela, doidinhos pra entrar. Pois é, os vira-latas aqui são os gatos, que não podem sentir um cheirinho de comida que já vêm pedir arrego.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

350 NZ Climate Action Festival

Acho que já comentei por aqui que a Nova Zelândia é um país preocupado com a sustentabilidade. Pois bem, no último sábado, dia 6 de dezembro, aconteceu o 350 NZ Climate Action Festival, no Waitangi Park, aqui pertinho.

O evento reuniu diversas ONGs e Instituições que trabalham em prol do meio ambiente para falar sobre uma vida sustentável, priorizando o uso de energias limpas, “recicladas” e renováveis, como a solar (para o aquecimento de água e ambientes em construções, por exemplo) ou a elétrica (como combustível de automóveis – aqui já existem muitos carros híbridos, movidos em parte por gasolina e em parte pela eletricidade), entre outras como a eólica (gerada pelo vento).

Além de stands explicativos, o evento promoveu discussões a respeito de temas como a redução da emissão de CO2, com a simples troca do carro pela bicicleta, e mobilizou pessoas a se manifestarem sobre esta questão escrevendo cartas para o novo primeiro ministro, John Key (que dizem não ser tão preocupado com as questões ambientais quanto a ex-primeira ministra, Hellen Clark).

Foi uma tarde bem interessante, ao ar livre, com muitas famílias fazendo picnic, jogos ecológicamente corretos e música ao vivo. Aliás, não posso deixar de comentar sobre as bandas. Infelizmente, não lembro o nome delas (vou pesquisar!), mas teve duas que nos chamou muito a atenção, uma de Pop-Rock (eu acho, sou meio ruim pra rotular os estilos), que fazia um som bem diferente do que costumamos ouvir no Brasil (como os Emos, argh) e outra de Reggae, que misturava um pouco da cultura Maori (inclusive no idioma das letras) com instrumentos clássicos como o violino e os metais. As duas são muito boas, preciso ir atrás de mais informações sobre elas...

Estávamos de bobeira, indo para a praia pra ler um pouco, quando nos deparamos com este festival. Óbvio que o Shurato quis ficar por lá, afinal ele é todo engajado nessas causas e sonha em morar no meio do mato em uma casa auto-sustentável. Eu não sei muito a respeito, mas me interesso também, então acabou sendo uma tarde bem agradável.

Para saber mais sobre a 350 (ONG idealizadora do Festival) e sobre o que é “Climate Action”, visitem o site clicando aqui.
Tiramos algumas fotos do festival, vejam aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Southern Walkway



Wellington é uma cidade litorânea, cheia de baías e praias, porém cercada de montanhas pelo outro lado. Repleta de parques e reservas naturais, é definitivamente uma cidade propícia para a vida ao ar livre – seja por terra, mar ou ar.

Nos centros de informações aos visitantes (isite) é possível encontrar uma série de folhetos e guias de passeios onde os turistas podem ver de perto toda a beleza natural desta cidade. Entre eles, encontramos uma série de folhetos chamada “Explore Wellington”, onde cada folheto mostra um mapa de uma trilha e as atrações daquela região.

Decidimos começar pela Southern Walkway, que leva da Oriental Bay até Island Bay por meio da floresta de Town Belt, passando pelo Monte Victória e Truby King Park. São cerca de 11km de caminhada morro acima e abaixo, que pode durar de 4 a 5 horas. Nós fizemos em 4h30.

Não foi fácil subir os morros até o topo, mas as vistas lá de cima são absolutamente compensadoras. É difícil explicar com palavras, então, preferi contar por meio de fotolegendas. Let’s go!

A trilha começa na Oriental Parade, principal avenida de Oriental Bay (lugar que freqüentamos quase que diariamente). Intercalando rampas e escadas em zigue-zague, vamos subindo e passando por entre casas antigas e condomínios de luxo, até chegar à primeira parada.

Logo na primeira subida a vista já é incrível. Wellington Central, o porto, a marina, a praia e o mar – o imenso e lindo mar verde azulado da Nova Zelândia. Até aqui já valeu a pena.

E a trilha continua morro acima. Escadinhas como esta, rampas, ou simplesmente trilhas no meio da mata nos guiam através de diversos pontos interessantes como mirantes, parques, reservas etc.

O curioso é que, mesmo andando pelo meio da mata, algumas vezes por trilhas escondidas entre as árvores, não dá pra sentir medo ou sensação de estar “perdido”. Afinal, a cidade está logo ali, abaixo de nós, é só olhar por entre a mata e ver a paisagem dos prédios de Wellington de cima.

O Frodo passou por aqui... rs. Sem querer, acabamos encontrando uma sinalização que mostra que as filmagens da trilogia O Senhor dos Anéis passou por aqui. Até seguimos a seta pra ver se havia algo em especial, mas era apenas a mata com suas árvores “assustadoras”.

Uau. A vista de um dos pontos mais altos da trilha é de deixar qualquer um babando. Mar de um lado, mar do outro, a cidade no meio. It’s wonderful! Esse ponto fica mais ou menos na metade da trilha, daí pra frente ainda havia um longo caminho. Deu vontade de ficar a tarde toda sentados, olhando ao nosso redor.

Pausa para o almoço na sombra das árvores. Pra aguentar 5 horas andando, só com muita água, frutas, sanduiches, barras de cereal e muito fôlego.

Pose para foto em um dos pontos turísticos da trilha, o Truby King Park. É uma espécie de jardim botânico, que foi todo criado por esse tal de Truby King há muito tempo atrás. O jardim é muito bonito, e a vista de lá de cima também. Mas vamos em frente!

A trilha passa ao lado do Zoológico de Wellington, que fica no bairro de Newtown – qualquer dia ainda quero ir lá passear. Não deu pra ver nenhum animal, mas passamos bem ao lado da área dos macacos babuínos.

Ops, para onde vamos! Alguns pontos da trilha são um pouco confusos e não é difícil pegar a direção errada. Isso porque os tótenzinhos que indicam a direção muitas vezes ficam escondidos no meio do mato, ou estão meio mal posicionados, vejam um exemplo abaixo:

... super fácil enxergar a setinha, ainda mais quando já se está cansado de tanto andar. Da primeira vez que o Shurato fez essa trilha, ele foi sozinho. Advinhem! Sim, ele se perdeu umas três vezes porque não viu a sinalização, rs.

Quase no topo! Vista da praia de Lyall Bay, que fica bem ao lado do aeroporto (ao fundo). Desse ponto dá pra ter uma visão 360 graus maravilhosa. Gravamos um videozinho, mas está um tanto quanto pesado e provavelmente não conseguirei postá-lo.

Pausa para reforçar o protetor solar. Com um solão desses na cabeça, considerando que não havia uma nuvem sequer no céu, que nós estamos na NZ (bem abaixo do buraco da camada de ozônio) e que estávamos no topo do morro, não dava pra dispensar o Sundown (olha o merchan, rs). Passamos antes de sair de casa, mas já estávamos andando há cerca de 3 horas.

Atenção para esta foto! À primeira vista é meio difícil perceber, mas se olharem lá no fundo, depois do mar, é possível ver a Ilha Sul da Nova Zelândia, com suas montanhas e geleiras (se tudo der certo, vamos pra lá agora em Dezembro, nas férias do curso).

Do outro lado, muito verde ao redor da cidade. Ai ai, como é bom respirar ar puro!

Lá no meio desse marzão todo, dá pra ver a Ferry que leva passageiros e cargas para a Ilha Sul - são 3 horas de Wellington (aqui) até Picton (lá). Dizem que a viagem é linda e que, em algumas épocas do ano, é possível ver golfinhos.

O céu é o limite!! Esta é a última grande subida da trilha, também, pra cima disso não tem mais nada, rs. Na verdade, ao longo da trilha, são muitos sobes e desces, contornando os morros e florestas. Mas fiquei verdadeiramente feliz ao chegar no topo, as pernas já estavam pedindo arrego.

Nós economizando água (atenção para a garrafinha com cerca de 1]3 de água) e damos de cara com um reservatório enorme de água no meio do caminho. Pena que não tinha nenhuma torneirinha, rs.

Pra descer, todo santo ajuda! Hehe... começa nossa descida rumo à costa. Agora ficou fácil!

Praia à vista!! Últimos metros no meio da mata, já começamos a ver sinais de civilização.

Ok, eu sei que está chegando, mas preciso de um minuto deitada nessa grama.

Chegamos! Ops, é uma praia, mas não Island Bay. Esta é a Houghton Bay, uma praia antes do nosso destino. Um pouco diferente de Oriental Bay, a areia é mais escura, com mais “sujeira” natural como algas e galhos de árvores, mas é muito bonita. Só não sei o que vários surfistinhas estavam fazendo lá, porque onda que é bom, nada.

Reserva de Taputeranga, uma área cheia de rochas e algas protegida pelas autoridades ambientais. As pessoas mergulham aqui perto, deve ser super bonito, pois a fauna marinha é muito rica por aqui.

Enfim, a praia de Island Bay. Muito bonita, mas com muitos barcos, rochas e algas. Fica meio difícil entrar na água e nadar, mas a praia é bem bonita.

Ao fundo, a ilha que dá nome à praia.

Finish!! Aqui termina oficialmente a trilha. Yes! Apesar do cansaço, meu desempenho foi melhor do que eu esperava. Uhu!! Xô sedentarismo, estou começando a ganhar mais condicionamento físico.
Meus pézinhos, depois de tanto andar, em seu merecido descanso no Shortland Park, onde termina a trilha.

Bom, depois de andar quase 5 horas, nada mais justo que voltar pra casa de ônibus. Foi a primeira vez que andei de ônibus aqui na Nova Zelândia. Não é nada tão diferente do Brasil, rs, custou $4 por pessoa (porque aqui os ônibus cobram por quilometragem, e fomos do ponto inicial até perto do ponto final), bem carinho, mas pelo menos o ônibus é bem conservado, limpo e fui sentadinha (tudo bem que era sábado, não sei como é nos outros dias da semana).

Se quiserem ter uma idéia do tamanho do percurso, cliquem nas imagens dos mapinhas abaixo. A trilha está dividida em duas partes, aí estão elas:



E assim termina nossa aventura. Foi um dia puxado, mas recompensante. Quero mais!! Estamos programando nossa próxima aventura, assim que acontecer, a gente conta pra vocês.
Para ver todas as fotos da Southern Walkway (são mais de 100, rs), clique aqui ou vá até o link do álbum no final do menu do lado direito do blog.