terça-feira, 17 de março de 2009

Música made in NZ

Acho que já comentei por aqui que na NZ é possível ter acesso a ótimos shows sem pagar nada, em eventos gratuitos ao ar livre. Pois é, a cada dia estou mais certa de que por aqui não é qualquer um que sai tocando por aí nos eventos públicos, tem muita gente boa na parada.

Os estilos são variados, já vi rock alternativo, ou mais pop, reggae e outros sons que não sei rotular, mas todos de muita qualidade, tanto no instrumental como no vocal. Digamos que bem diferente do "popzinho emo" que não parava de tocar quando eu ainda estava no Brasil.

Se você é como eu, que não vive sem música e prefere um bom show ao vivo que outro tipo de balada, não pode perder a chance de conhecer algumas das bandas de que estou falando.

Over the Atlantic www.myspace.com/overtheatlanticband
Conheci no 350 NZ Climate Action Festival, em dezembro do ano passado. Eles tocam um tipo de pop-rock bem comum aqui na NZ, mas bem diferente do que costumamos ver pelo Brasil.

Olmecha Supreme www.myspace.com/olmechasupreme
Essa banda é bem popular entre os kiwis, tocaram no mesmo 350 Festival, no Cuba St Carnival, entre outros eventos por aqui. O estilo fica entre o hip hop e reggae, vale conferir.

My Golden Soul www.bebo.com/mygoldensoul
Essa também estava no 350 Festival e, segundo eles mesmos definem, tocam roots music, soul e funk. O que achei mais bacana foi a mistura de instrumentos elétricos, acústicos e de percussão com outros clássicos como violino. Eles também colocam um pouco da cultura Maori nas músicas.

Fur Patrol www.myspace.com/furpatrol
Essa é certamente uma das bandas que mais gostei entre todas as que vi por aqui. Eles tocaram em um dos eventos do Summer Festival aqui em Wellington, em fevereiro. Com um vocal feminino (que arrasa), eles tocam um tipo de rock / indie muito bacana, com baladinhas e outras músicas que levantam a galera.

Odessa www.odessamusic.net ou www.myspace.com/odessamusic
Essa foi a mais recente descoberta, feita no Newtown Festival, no começo desse mês. Um misto de rock, rockabilly, blues e alguns sons mais “modernos” digamos assim, também com um vocal bem bacana (um doidinho que tem uma performance de palco bem interessante, rs). Mas o que mais impressionou neles foi a qualidade dos músicos, guitarrista, baixista e batera, todos muito bons.

Essa é só uma amostra da música neo-zelandesa, que ainda estou conhecendo. Vale a pena conferir mais informações e algumas músicas no link de cada uma.

terça-feira, 3 de março de 2009

Aprendendo com os mais velhos

Dia 28 de fevereiro completamos 4 meses de Nova Zelândia e, como sempre, parei pra pensar um pouco na nossa vida aqui e fazer um balanço de tudo o que já passamos. Ainda não estamos estabilizados, nem ganhamos quase nada em dinheiro, nem viajamos tanto por aqui, mas certamente a bagagem que já temos conosco é algo incontestável.

Depois de lavar louça por alguns dias e trabalhar em fazendas por pouco mais de um mês, chegou a hora de encarar o dia-a-dia da faxina. Posso dizer que estou empregada, com direito a contrato assinado e tudo certinho. Comecei como cleaner (ou diarista, rs) temporária e acabaram gostando de mim e do meu trabalho. Sou contratada por uma empresa grande de limpeza comercial chamada Spotless (eles também trabalham com cozinha, manutenção, entre outros serviços) para, a princípio, ficar em um cliente específico, o Te Hopai Home and Hospital. É uma espécie de casa de repouso com hospital para idosos (inclusive com uma parte psiquiátrica) aqui em Wellington, que tem hoje cerca de 90 moradores.

O lugar é bem grande (e ainda estão ampliando), mas o trabalho não é nada de outro mundo. Tenho que, diariamente, passar aspirador em tudo (pois aqui é tudo carpete, exceto banheiros), tirar pó dos móveis e limpar os banheiros (o que também é feito bem diferente aqui, nada de “lavar” com um mundo de água), isso com a ajuda de mais duas funcionárias e uma supervisora, nos revezando entre os dias da semana. Tudo com equipamentos de proteção, produtos e treinamento específico. Segredo nenhum. O que cansa é andar pra lá e pra cá o dia todo, mas com isso aos poucos eu me acostumo (e é bom que mantenho a forma, rs).

O “X” da questão é que nunca me imaginei trabalhando em um “asilo”. Nada contra os velhinhos, pelo contrário, só não acho que eu tenho “o dom” e condições emocionais pra isso. Quando o Shurato começou a procurar trabalhos de caregiver aqui (é como chamam as pessoas que cuidam de idosos, seja para fazer companhia ou ajudar com tarefas domésticas e cuidados diários), vimos que é uma área bem carente de mão-de-obra, pois poucos se sujeitam a fazer o trabalho. Dos CVs enviados, a maioria teve uma resposta das empresas (tanto que hoje ele está empregado por duas, rs), ainda assim, eu não pensava na idéia de me candidatar.

Por fim, procurei empregos do tipo que não precisam de inglês fluente, como cleaner, e acabei indo parar em um lar para idosos. Estou lá há apenas duas semanas, mas posso dizer que a cada dia aprendo mais com esse trabalho. Teoricamente eu não estou lá para cuidar dos idosos, e sim para limpar o ambiente onde eles vivem, mas, mesmo com meu inglês ainda limitado, muitas vezes eles puxam assunto e consigo trocar algumas palavras. Na maioria das vezes, vem alguma frase que bate lá no fundo e me faz enxergar a vida com outros olhos.

No começo eu ficava meio mal em ver a condição de alguns deles, e ainda fico meio balançada com algumas situações. Mas, como o Shurato mesmo diz, estou tentando enxergar esse trabalho com outros olhos e me ver como alguém que está lá para ajudá-los, para tornar a vida deles mais fácil e, por que não, entretê-los e diverti-los às vezes.

No dia 26 de fevereiro, por exemplo, rolou uma “International Parade”, onde os funcionários (na maioria estrangeiros) usaram roupas típicas de seus países, desfilaram e fizeram um showzinho para os residentes, com direito a juri e premiação. Como eu não tinha nada típico do Brasil aqui, acabei usando trajes indianos junto com a equipe da limpeza, foi no mínimo engraçado. Tudo isso com direito a dança do ventre improvisada e um sambinha no pé (já que eles colocaram um CD de músicas brasileiras). Imaginem a cena...