segunda-feira, 20 de julho de 2009

O fim da novela do visto

Há algum tempo falei aqui que estávamos em processo de renovação do nosso work permit. Pois bem, mesmo depois de decidirmos voltar para o Brasil, o processo ainda estava rolando e tínhamos alguma esperança de ir embora daqui com o work visa, o que facilitaria uma futura volta. Mas o tempo foi passando, a esperança foi diminuindo, e nada da Imigração dar notícia.

Semana passada, alguns dias antes de irmos até lá para pedirmos nossos passaportes de volta, chegou uma carta para o Maurício. Com mais de 80 dias de processo, disseram que estavam propensos a negar o visto porque, para a função que o Mauricio aplicou, existem cidadãos neo-zelandeses ou residentes capacitados, portanto, eles não podem dar preferência para um estrangeiro. Além disso, a empresa não garantia o mínimo de 30 horas semanais de trabalho, outro problema. Caso quiséssemos recorrer, teríamos que mandar mais documentos que justificassem o visto. Mas mesmo que tentássemos, iriam enrolar mais algumas semanas e no final é quase certo que negariam do mesmo jeito. Desistimos, pelo menos por agora.

É o que o Mauricio falou, é uma nova maneira de dizerem não, vencendo pelo cansaço. Mas enfim, pedimos tanto pra Deus nos orientar mostrando o melhor caminho que, depois dessa, ficou bem claro que é hora de voltarmos pra casa mesmo. Matar saudade da familia, amigos, acertar a vida e, quem sabe mais pra frente, cair no mundo e conhecer outros países. Afinal, depois que criamos asas fica difícil parar quietos, hehe.

O próximo post já será do Brasil! O embarque é amanhã de manhã e logo estaremos em casa.

Beijos e até breve!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Fotos fresquinhas!

Para quem leu o texto anterior e ficou curioso, já está disponível a primeira leva de fotos da nossa viagem pra Ilha Sul no meu álbum do Picasa.

Tentei selecionar as melhores fotos de cada lugar que passamos, mas já adianto que as fotos não traduzem nem metade da grandeza e beleza desse paraíso.

Para conferir, clique aqui ou copie o link http://picasaweb.google.com/crismorgato/SouthIsland#.

Beijos e até breve!

sábado, 11 de julho de 2009

South Island - The big travel

A viagem















Antes de voltarmos ao Brasil, não poderíamos deixar de conhecer os cenários mais famosos da Nova Zelândia, e a grande maioria deles está localizada na Ilha Sul, onde não havíamos ido até então. Teríamos aproximadamente 20 dias para viajar (antes de embarcar pro Brasil, no dia 21 de julho), mas de acordo com as nossas contas, a verba só dará para cerca de 10 dias.

Traçamos um roteiro com os principais lugares que gostaríamos de conhecer e decidimos ir fazer o seguinte trajeto: ir de avião até Christchurch (conseguimos um vôo barato em promoção), que fica mais ou menos no meio da ilha, alugar um carro, descer até Queenstown, a capital dos esportes radicais, e depois subir pela costa oeste passando por estradas turísticas e pontos interessantes.


A chegada ao sul















A viagem começou no dia 29 de junho, segunda-feira fria e chuvosa. Chegando ao aeorporto de Christchurch, ligamos para umas dez empresas de rent a car e os preços estavam bem acima do que estávamos procurando, mas conseguimos um pacote de 400 dólares por 10 dias, incluindo seguro. Para nossa sorte, nos deram uma perua da Nissan, o que foi perfeito para acomodar nossas malas e, melhor ainda, virar nossa cama com o simples abaixar dos bancos.

Como já era tarde, e no inverno escurece cedo, aproveitamos o resto do dia para conhecer o centro de Christchurch. Cidade antiga mas muito bonita, com a bela catedral central e seus monumentos, e fria. À noite fez cerca de 2 graus, porém sem o “ventinho” de Wellington. Passamos a noite em um camping, aqui chamados de Holiday Park, em nossa super barraca de segunda mão. Depois de uma noite gelada e chuvosa, superamos nosso primeiro perrengue, que foi amenizado por um belo banho quente (coisa rara por aqui quando a idéia é gastar pouco, ou nada, pra passar a noite). Caímos na estrada sentido Queenstown por uma rodovia turística com paisagens de cair o queixo.


Na estrada















No primeiro dia já tivemos nosso primeiro contato com a neve, nessa mesma estrada. O Mauricio chegou a ficar meio tenso em dirigir por pistas congeladas, mas logo o cenário já mudou. Chegamos aos lagos Tekapo e Pukaki, imensos que mais parecem um braço do mar, cercados de montanhas com picos congelados, difícil explicar. Certamente os cenários mais absurdamente lindos que vimos até agora. Tiramos muitas fotos, mas dificilmente elas irão retratar a grandeza que vimos pessoalmente. Pra fechar o dia, chegamos à cidade de Wanaka, construída em volta de outro belo lago. Pequena, porém muito bonitinha e aconchegante. Foi perto dali que passamos nossa primeira noite ao relento. Nossa verba não comporta pagar cerca de $30 dólares toda noite pra dormir em campings, então procuramos um lugar onde pudéssemos estacionar sem pagar e dormir dentro do carro mesmo. Acabamos achando um parque público, com um estacionamento ao lado de um banheiro (à noite não dava pra ver muita coisa, mas como não tinha nenhuma placa escrito “proibido acampar”, como na maioria dos lugares, ficamos por ali mesmo). No começo foi meio tenso, mas como estamos na Nova Zelândia, a noite foi tranquila e sem contratempos, tirando o frio que o Shurato passou, já que dormimos nos bancos da frente porque estávamos apreensivos e um dos nossos sacos de dormir está com o ziper quebrado e o ventinho congelante entrou por todos os lados. Coitado!

Acordamos perto de outro lindo lago, o Hawea, e voltamos pra Wanaka, onde fizemos uma caminhada morro acima no chamado “Roy’s Peak”, pico do monte Roy, indicada pelo Toh. Foi mais ou menos 2h para subir e já estávamos quase nos arrependendo, porque o dia estava nublado, mas o morro ia além das nuvens, e pudemos ter uma visão completamente privilegiada, inexplicável. Vocês verão um pouco nas fotos.

Depois desse episódio atlético, descemos o morro e caímos na estrada sentigo Queenstown. A cidade é o point de quem procura esportes como ski, bungy jump, rafting, entre outros. Dizem que tem mais brasileiro lá que neo-zelandês. O cenário é absurdo, montanhas altíssimas com suas geleiras, um lago imenso que beira toda a cidade, lindo demais. O que estraga é que por ser o maior ponto turístico por aqui, os preços de qualquer atividade são absurdos. A única coisa que pudemos fazer sem pagar foi andar por um jardim e olhar o lago. Um simples teleférico até o topo de uma montanha estava for a do nosso budget. Mas o que vimos valeu muito a pena. Ah, dessa vez dormimos em um camping perto do lago, pudemos fazer nossa caminha mais aconchegante no carro e tivemos uma noite decente e quentinha.


Contratempos climáticos















No quarto dia, decidimos ir para Te Anau, uma cidadezinha pequena mas que nossos amigos disseram ser um dos lugares mais belos da NZ. Porém São Pedro não colaborou muito com a gente. Já no caminho, pegamos uma chuvinha chata que não deu trégua. Resultado, muitas nuvens tampando as paisagens, que prometiam ser deslumbrantes. Lá resolvemos passar a noite em um camping mais “natureba” e barato. Por $5 por pessoa pudemos passar à noite em um parque nacional de conservação ambiental, com direito a água de rio e um banheirinho químico bem nojentinho. O lugar à noite era um tanto quanto assustador, fechado de árvores, mas a paisagem de manhã valeu muito. Pena que o tempo continuou fechado e não conseguimos aproveitar muito o local. Ou seja, Te Anau foi um cu... (piadinha a lá Shurato, rs).

Como a previsão do tempo não era das animadoras, pegamos a estrada de volta rumo à costa oeste, onde começaríamos a subir a ilha sentido aos famosos glaciais. Porém, uma tempestade de neve nos surpreendeu no meio do caminho e a rodovia foi fechada. Resultado, tivemos que parar no primeiro camping que vimos, mas não deu muito certo. O Mauricio tentou entrar com o carro e ficamos atolados na neve. Um caminhão tentou nos ajudar e guinchar o carro mas não foi tão fácil e ele quase derrubou uma árvore, rs. Resultado, o Shu e mais dois caras empurraram o carro e conseguimos sair. Mas não tínhamos como ir muito longe, então paramos no próximo hotel, que era o último ponto antes da interdição da estrada. O jeito foi pagar um pouco a mais e passar a noite por lá, digamos que foi o equivalente a vários dias de pernoite planejados, mas não tivemos escolha. O carro ficou estacionado na beira da rodovia e ficamos em um chalé, esperando a tempestade passar pra seguir viagem. Queríamos ver neve, pois bem, ficamos atolados no meio de um monte de branco no meio do nada. Que alegria! Hahahaha

Como desgraça pouca é bobagem, no segundo dia que estávamos por lá, a estrada foi reaberta, porém, só carros que possuiam correntes para as rodas puderam passar, o que obviamente nao era nosso caso. Resultado, todos pegaram a estrada exceto nós, que tivemos que passar mais uma noite em Makarora. Mas depois de uma bela noite de sono, o dia amanheceu sem tempestades de neve e pudemos pegar a estrada. Porém, foi um trecho bem tenso para nosso motorista Shurato, já que a estrada ainda estava com um pouco de neve e, para ajudar, começou a chover.


Mais um bocadinho de neve















O próximo destino foi os glaciais, Fox Glacier e Franz Josef. Dia de caminhada até o Lake Matheson, conhecido como lago espelho, pois reflete nitidamente a paisagem e, mais a frente, Franz Josef Glacier. É impressionante ver o tamanho que o glacial tinha há 300 anos e o tamanho que tem hoje. Tiramos muitas fotos, mas fica difícil representar a grandeza de lugares como este.


Sem neve, mas com chuva















Mudando de cenário, chegamos à costa oeste da Nova Zelândia, mas foi difícil prestar atenção nas paisagens com tanta chuva. Fizemos uma parada rápida em Greymouth e seguimos viagem até um pouco mais acima, para ver as “Pancake Rocks”, pedras que, corroídas pela erosão do mar, parecem panquecas fininhas empilhadas (segundo eles, rs, pois é preciso usar um pouco da imaginação para ver panquecas ali, rs).

Continuamos na estrada sentido Nelson, cidade já no topo da Ilha Sul. Estrada cansativa, cheia de curvas e com muita chuva, talvez o pior trecho para se dirigir, pois não havia cidades no meio do caminho nem para dar uma descansadinha. Chegando lá o negócio foi comer e dormir, depois de tanta tensão.


Happy Birthday to me!















No dia seguinte, a cidade amanheceu ensolarada, perfeito para comemorar meu aniversário J. Depois de um café da manhã caprichado e uma volta pelo centro, fomos para uma praia um pouco afastada, Cable Bay. A idéia era fazer uma trilha, mas não estávamos no pique para 3 horas de caminhada, então fomos de carro mesmo. Que lugar maravilhoso! De um lado um lago formado por água de rio, do outro o mar, com suas águas clarinhas, hora azul, hora verde clara, lindo demais. O visual serviu como inspiração e caímos na estrada novamente sentido Blenheim, a cidade das plantações de uva onde moram tantos brasileiros.

Fomos recebidos por um casal de amigos que conhecemos na escola de inglês, Juliana e Victor. Muito bem recebidos, aliás, pois até torta e bolo de aniversário a Ju fez pra mim (obrigada, amiga!). Recebemos a visita do Giovanni, outro amigo que conhecemos em Hastings, nas plantações de abóbora, e havia feito aniversário um dia antes. Depois dos parabéns e muita conversa, descansamos.


Reta final















Faltava apenas um dia para devolvermos o carro alugado, então pegamos a estrada novamente sentido Christchurch, porém com uma parada prevista em Kaikoura, cidade conhecida pelas colônias de focas, além de baleias e golfinhos que passeiam por lá. Outro cenário perfeito, e com um dia mais perfeito ainda. Muito sol para destacar ainda mais as cores do mar, das montanhas verdinhas por onde pastam ovelhinhas e dos picos cheios de neve que completam o fundo da cena.

Ali fizemos uma caminhada por cima da península de Kaikoura, onde a vista é incrível. Fomos por cima de um morro e voltamos por baixo, bem perto das focas que tiravam seus cochilos pelas pedras. Foi ali que passei um baita medo, rs, pois com a subida da maré no final da tarde, não dava para voltarmos até o carro pelas pedras e tivemos que escalar um morro altíssimo de quase 90 graus de inclinação. Gosto de aventura, mas nem tanto, rs. Achei que ia despencar de lá de cima, mas tudo bem, no final deu tudo certo e seguimos viagem.

A última noite no carro foi uma delícia. Encontramos um lugar para acampar na beira de uma praia isolada, South Bay. O Shurato conseguiu realizar seu sonho de fazer uma fogueira, rs. Foi bem bacana. Ficamos sentados à beira do mar, aquecidos por nossa fogueirinha e iluminados por uma imensa lua cheia. Fechamos com chave de ouro nossas noites ao relento.

No dia seguinte, partimos para Christchurch, onde devolvemos o carro e pegamos um ônibus para subir de volta até Blenheim, onde ficamos mais algum tempo hospedados na casa de nossos amigos. Voltamos para Wellington de Ferry pelo estreito de Cook, que liga as ilhas sul e norte, viagem que dura cerca de 3 horas em um navio enorme. Agora, só nos resta acertar os últimos preparativos para o embarque para o Brasil, que sera dia 21.

Em breve, assim que passar a correria, vou selecionar as melhores fotos (de mais de mil que tirei, rs) e coloco o link aqui para vocês.

Beijos,
Cris

quinta-feira, 9 de julho de 2009

See you soon!

I feel sorry because of my blog! Desatualizado, sem novos textos, sem novas fotos... abandonado, tadinho. Mas não foi por mal. Não deixei de gostar da idéia de ter um blog e nem parei de pensar em temas que poderiam virar posts interessantes para meus leitores, simplesmente não tive condições de atualizá-lo com a frequência que eu gostaria. Estamos há quase três meses sem internet em casa, até uma semana atrás eu estava trabalhando demais, praticamente todo dia, alguns dias por 8 horas, outros menos, mas a correria e o cansaço estavam demais. Mas desde o último post algumas coisas mudaram, e eu não poderia deixar de passar por aqui para contar as novidades e reviravoltas que nossas vidas têm dado.

Estamos voltando ao Brasil. Sim, os planos mudaram um pouco. A idéia inicial era esperar o nosso novo work permit sair, procurar melhores trabalhos, onde pudéssemos fazer um pouco mais de dinheiro, e tentar nos estabilizar por aqui. Mas algumas circunstâncias nos fizeram repensar nossas prioridades. Depois de muito analisar, decidimos voltar. Voltar para nosso país, para nossas contas a pagar, mas principalmente, para nossa família.

O fato é que com a famosa crise econômica mundial, as coisas não estão muito fáceis por aqui para imigrantes. Para vocês terem idéia, nossos passaportes estão há mais de 2 meses na Imigração e nada de responderem algo sobre nosso visto de trabalho. Enfim, diante disso e de outros fatores que tornam a saudade da família e amigos ainda mais dura, digo ao povo que voltaremos!

Dentro de menos de 15 dias estaremos de volta em terras tupiniquins. O plano é deixar as portas abertas por aqui para quem sabe voltarmos em breve e começar uma vida mais sólida na Nova Zelândia. Mas a melhor parte é que por pelo menos um mês voltaremos a ser turistas :-)

Deixamos nossos trabalhos e embarcamos para uma viagem à Ilha Sul para conhecer tudo o que a NZ tem de mais interessante... montanhas, lagos, reservas nacionais, e tudo coberto de muita neve! Afinal, já que o inverno chegou, bora conhecer a neve e aproveitar o que o inverno tem de melhor por aqui, que são os cenários. Em breve, mais detalhes de nossa viagem e dos lugares incriveis que conhecemos.

E depois, próximo destino, Sampa!
Até mais...