domingo, 14 de dezembro de 2008

Rapidinhas sobre o cotidiano kiwi

1) A TV neo zelandeza tem apenas 7 canais, e o nome deles é bem difícil de decorar: o 1 chama One, o 2 chama 2, o 3 chama Three, o 4 – ah, esse é diferente! - chama C4 (rs). Os outros três eu não sei porque na TV do nosso quarto só pega até o 4, de vez em quando, malemá, pega um dos outros 3, mas desistimos de tentar assisti-los. Se não me engano, o 1 e o 2 são do mesmo “dono”, TV NZ (não sei se são privadas ou do governo), e o 3 e o 4 são meio concorrentes.

2) Os kiwis adoram barbecue (o famoso churrasco, ou BBQ), mas aqui as churrasqueiras são a gás, parecem um fogão com acendedores automáticos. Os poucos que fazem churrasco com carvão (principalmente os brasileiros) sofrem, porque dizem que o carvão aqui é caro e não é dos melhores pra pegar fogo.

3) É muito comum ver casais relativamente novos, de aparentemente cerca de 30 anos de idade, com 2 ou 3 filhos pequenos. Não sei se esse “fenômeno” é recente ou se o governo dá algum tipo de incentivo a eles (já que o país foi invadido por imigrantes e vai perdendo sua pouca identidade dia a dia), o fato é que aqui é bem comum ver casais empurrando carrinhos de bebê para dois (com duas crianças entre 3 e 4 anos) e outro bebezinho sendo levado naquelas “mochilas” de carregar bebês.

4) Muitos fumantes preferem “bolar” seu próprio cigarro do que comprar os industrializados. Eles compram a seda e o “recheio” e enrolam na hora que vão fumar – dizem as más línguas que é possível encontrar um certo tipo de maconha (não sei se concentrada ou diluida com outros matinhos) nas lojas de conveniência que vendem cigarros, vendida legalmente.

5) Antes de vir pra cá, li que os neo zelandezes não são ligados à moda. Não é exatamente assim, a verdade é que todos eles se acham os reis do fashion, porém o bom gosto nas combinações é um tanto quanto questionável. Já estou parando de me espantar com as bizarrices que vejo pela rua, como mulheres com meia calça arrastão e blusas cheias de brilho na praia debaixo de um solão, ou uma reencarnação da Cindy Lauper cheia de pedaços de panos misturados com couro e rendas. Os loucos são loucos, tranquilo, no Brasil também tem vários, mas as pessoas “comuns” cometem alguns modelitos que... aff (meu cunhado Márcio ia chorar se visse, rs).

6) Sal é coisa rara na culinária kiwi (seja a nativa ou a imigrante). Dizem que eles evitam a iguaria por preocupação com a saúde, em compensação, usam e abusam da pimenta. Quando a gente pede um steak com fritas e salada, a carne vem sem tempero nenhum, no máximo uma pastinha de manteiga com alho pra colocar em cima, já a salada, quase sempre vem com um molhinho caprichado na pimenta. Não sei se essa substituição é tão saudável assim...

7) Não se assuste se vir um kiwi andando descalço pela rua. Tudo bem, é uma cidade “de praia”, não tem nada demais em andar no calçadão ou nas proximidades da praia sem sapato, mas não é o caso. Pode estar o maior frio, tem gente que anda descalço no asfalto. Ou melhor, que tal ir ao supermercado de camisa, calça jeans e meia – sem sapato! Pois é, eles fazem isso com muita freqüência. Alguns só usam meias pretas, pra não ter o problema de ficarem encardidas de pisar no chão por aí.

8) Lojas do tipo brechó fazem o maior sucesso por aqui. Já tínhamos ouvido falar da loja do Salvation Army, uma instituição que recebe doações que, quando em bom estado, são vendidas na loja (de roupas a móveis) com fins filantrópicos, mas também existem as puramente comerciais. Já vi diversas lojas de roupas vendendo calças jeans, vestidos, casacos, acessórios, sapatos e muito mais, a preços que variam de $4,50 (isso mesmo, minha amiga comprou uma calça jeans praticamente nova por esse preço) a mais de $100 (sim, também tem coisas novas).

9) Wellington é uma das cidades onde mais se toma café no mundo. Existem inúmeros (nem sei estimar quantos) estabelecimentos especializados em café espalhados por todos os cantos da cidade. Só na Cuba St e Courtenay Place deve ter mais de cem. Como a concorrência é grande, eles não vacilam na qualidade e na variedade. É café preto, capuccino, mochaccino, com vanilla, com leite canela... quentes ou gelados... e de diversas origens (italiano, cubano...). Não sou de tomar café preto, mas os diferentes eu adoro! O Shura disse que o preto não é muito diferente do brasileiro.

10) Nunca vi sequer um cachorro de rua aqui. Já vi muitos “vira-latas”, daqueles de raça indefinida, mas todos eles estavam com uma colerinha passeando com seu dono. Aliás, os cães daqui são muito bem educados. É difícil ver algum latindo no meio da rua, ou querendo avançar em alguém. Muitos andam sem coleira e ficam bonitinhos perto do seu dono, sem nem olhar pro lado direito. Em compensação, os gatos fazem a festa na rua. Só aqui no hotel tem uns 4 ou 5 que ficam visitando nossa janela, doidinhos pra entrar. Pois é, os vira-latas aqui são os gatos, que não podem sentir um cheirinho de comida que já vêm pedir arrego.

Um comentário:

Unknown disse...

Olá Cris e Shurato! Venho acompanhando o blog de vcs a algum tempo. Eu e meu noivo estamos indo para a Nova zealandia em julho e estou sempre ligada nas novidas que vcs contam. Sou gaucha formada em biologia e terminei o mestrado a pouco. Meu noivo, Rafael, trabalha com TI. Gostaria de saber de vcs o que vcs fazem, se estão procurando emprego e em que área. A crise mundial já deu as caras por ai?

Gostaria muito de manter contato com vcs! Meu e-mail é carolthum@gmail.com.

Boa sorte na nova vida de vcs!
Abraço
Carol