terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vida de bóia-fria

“A gente se acostuma com tudo
A tudo a gente se habitua
E até não ter um lugar
Dormir na rua
A tudo a gente se habitua"
(Vida diet, Pato Fu)

É, estamos em Hastings há 5 dias, dos quais trabalhamos 3. Pois é, depois de passar quase 2 meses na “cidade grande”, chegou a hora de encarar a roça. O trabalho em si não está sendo tão difícil, agora é época de carpinar os matos que nascem entre os pés de abóbora para que eles possam crescer fortes e dar seus frutos. O que torna tudo mais pesado é o solão que temos que encara na cabeça o dia todo. Se formos olhar pra meteorologia, não deve passar de 26 graus, mas com o sol daqui, parece 40. Só com muito sundown 50 pra encarar...

Nosso boss passa pra nos pegar às 6h30 e o batente começa às 7h. A maioria das pessoas tem trabalhado até 19h30, ou seja, 12h de trabalho + 30 min de almoço (descontados) com alguns breakes de 15 minutos a cada 2 horas ou 2 horas e meia. Como estávamos na nossa vida sedentária, onde só andávamos a passeio, não a trabalho, os primeiros dias não foram tão fáceis. O bom é que temos a liberdade de trabalhar menos tempo. Nos dois primeiros dias fizemos 8h, no terceiro o Shura aguentou um pouco mais, eu tive que ir descansar um pouco no carro – o sol estava demais, deu até dor de cabeça. Como ganhamos por hora, não faz tanta diferença pros chefes.

Mas dá pra levar bem. Não é tanto questão de força, mas de jeito. A enxada não é daquelas grandes que usamos no Brasil, pesadas, é uma menorzinha, bem afiada, que facilita o trabalho. Porém, a grande maioria da mão-de-obra é formada por homens. Na nossa turma, somos em 4 ou 5 mulheres apenas, para 25 homens. 90% é brasileiro, os outros são da América Latina (Chile, Argentina, Uruguai). Há outras turmas com indianos e pessoas de outros lugares, mas os brasileiros dominam o trabalho nas roças neo-zelandesas (seja aqui em Hawkes Bay ou na Ilha Sul).

Enfim, tudo é questão de adaptação. Ontem e hoje não fomos trabalhar porque a chuva não deixou, então deu pra descansar bem. No começo o corpo ficou bem dolorido. Pernas, costas, braços, mãos... não é pra qualquer um. Mas agora estamos mais equipados, providenciamos chapéus e luvas pra aguentar melhor o tranco. Então que pare a chuva e venha a roça!

Se formos continuar por aqui, em meados de janeiro o trabalho deve mudar um pouco. Começa a época da colheita, que exige um pouco mais, porque normalmente paga-se por produção e não mais por hora. Mas, para minha alegria e de outras pessoas mais “frágeis”, rs, começa também o trabalho das Packing Houses, ou seja, empacotar as frutas pra despachar. Esse dizem que é bem mais tranquilo, primeiro porque é um galpão fechado, então não temos o agravante do sol. Alguns dizem que chegam a pagar até mais, ou que é possível fazer mais horas por dia. Vamos ver...

O fato é que de agora até abril este é o lugar pra faturar com a horticultura. Agora é época de abóbora, maçã, entre outras coisas como tomate e cebola. E tudo isso tem por aqui. Depois de abril, dizem que o negócio começa a esquentar nas plantações de uva. Aqui tem algumas, mas a maioria é na Ilha Sul. Mas da mesma forma que o negócio esquenta, o tempo esfria... não deve ser moleza encarar a roça no inverno daqui também.

Mas tudo bem, a gente se acostuma com o calor, com o frio, com tudo. Estamos tendo que nos acostumar com o fato de morar longe do centro da cidade, bem diferente de onde morávamos em Wellington, ao lado do centro. Ontem caminhamos mais de 10km (ida e volta) pra ir até o centro de Hastings. Isso porque a gente mora na “periferia”, em um bairro chamado Flaxmere. Até tem um comércio aqui, mas pouca coisa. O “melhor” é que só quando estávamos chegando de volta é que descobrimos que tem um ônibus que faz este percurso, rs. Mas tudo bem, coisas da vida.
Uma coisa é certa, a cidade é linda, pequena, porém super aconchegante e com tudo o que precisamos. E mesmo trabalhando na roça, quando a gente cansa, olha pros lados e respira fundo, logo ganha novo ânimo, porque o visual é maravilhoso.

Pelo menos vamos ficar “fit”, hehe. Tudo o que comemos está sendo muito bem gasto. Aliás, voltamos a comer que nem gente, estou encarando o fogão todo dia, pelo menos na janta. Minha mãe ia ficar orgulhosa, rs. E para aguentar o tranco na roça, sanduiches naturais, muitas frutas, barras de cereal e muita, mas muita água.

E assim vamos levando, até que a Imigração resolva entrar em contato com a gente para responder sobre nosso pedido de visto. Seja como for, temos que resolver esta situação logo, pois dia 28 de janeiro expira nosso visitor’s permit. Por isso, continuem torcendo por nós!

Beijos e abraços,
Cris e Shurato

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Work time

Estamos perto de completar nosso segundo mês na Nova Zelândia e já estava mais que na hora de acabar nossas “férias” e começar a vida dura. Então, depois de alguns contatos com amigos e amigos de amigos, partimos para a busca efetiva de trabalho.

O maior empecilho para começar a trabalhar era o fato de não termos o work permit. A imigração nos negou na primeira tentativa (segundo eles, por problemas com o empregador, não com a gente), então tentamos novamente. Mas como o mundo para na época do Natal e Reveillon, estamos esperando eles voltarem ao trabalho para sabermos se a resposta desta vez é Yes ou No.

Mesmo assim, apenas com o visto de turista, resolvemos dar a cara a tapa e fomos de porta em porta procurar emprego. Passamos por quase todos os restaurantes, cafés e hotéis na região central de Wellington. Com o apoio do Léo, um amigo brasileiro que já mora aqui há algum tempo conhece algumas pessoas em restaurantes e hotéis por aqui, conversamos com pessoas, deixamos telefone, preenchemos fichas... e no fim das contas, funcionou!

Eu arrumei um trabalho “casual” de dishwasher em um restaurante, o Floriditas. Então, no dia seguinte, lá fui eu encarar a pia mais cheia de louça que já vi na vida. Como se não bastasse estar cheia quando cheguei, o movimento lá é imenso, então é praticamente impossível deixá-la vazia. No primeiro dia eu achei que fosse morrer de tanta dor nas costas e nas mãos, mas sobrevivi. No segundo dia consegui ser mais rápida e agradar um pouco mais o chefe – aliás, aqui não é preciso lavar bem lavado, o negócio é “dar uma meia sola” e jogar na máquina pra finalizar, o importante é ser rápido. Perfect, mal consegui mexer meus braços por dois dias, porque atacou minha tendinite, mas ok, recebi em cash os meus $12 por hora.

Eu trabalhei na quinta e na sexta. No dia seguinte foi a vez do Shurato. Ele conseguiu um trampo de kitchen hand no Parade Café, ou seja, além de lavar louça, ele ainda teria que ajudar a cortar coisas para os chefs cozinharem. Logo de cara ele já pegou uma bucha das grandes, trabalhou o fim de semana todo, sendo que só sábado foram mais de 10 horas sem parar nem para comer. Se eu quase morri, pra ele faltou pouco. Foi pesado, mas ok, ele aguentou firme, foi novamente no domingo e recebeu o suficiente para pagarmos uma semana de aluguel.

Falando assim parece que somos dois sacos de batatas, que não aguentam um trabalhinho à toa, mas só vendo o tamanho da encrenca pra sentir na pele. Foi bem mais pesado do que pensávamos. Até surgiram outras oportunidades semelhantes, mas depois da nossa experiência, nossa vontade de ir trabalhar em fazendas de vinho na Ilha Sul ficou ainda mais forte. Tudo bem, o trabalho também não é leve, mas pelo menos lá existe a possibilidade de aplicarem nosso work permit e conseguimos ganhar mais dinheiro (porque o trabalho é fixo, não casual como em restaurantes). Acontece que, como tudo nessa vida, as vinícolas também pararam nas festas, então tivemos que mudar um pouco nossos planos.

Por sorte (ou não), conseguimos contato com um brasileiro que está trabalhando em uma fazenda de pumpkings (abóboras) aqui na Ilha Norte. Por meio dele, conseguimos um trabalho temporário por lá, até que o mundo volte a funcionar e a gente consiga resolver nossa situação definitivamente. Partiremos para Hastings (este é o nome da cidade) no dia 25 de manhã e ficaremos por lá pelo menos até o dia 4 de janeiro. Não sei como é a internet por lá e se vou conseguir postar algo neste período, mas assim que possível daremos sinal de vida.

Já ia me esquecendo, mas é Natal (aqui 15h antes, rs)...

Então, desejamos um Feliz Natal para todos os nossos familiares, amigos e outras pessoas que encontraram nosso blog e têm nos visitado. Muito obrigada pela força que têm nos dado e que 2009 seja um ano maravilhoso para todos nós!

Merry Christmas and Happy New Year :-)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Rapidinhas sobre o cotidiano kiwi

1) A TV neo zelandeza tem apenas 7 canais, e o nome deles é bem difícil de decorar: o 1 chama One, o 2 chama 2, o 3 chama Three, o 4 – ah, esse é diferente! - chama C4 (rs). Os outros três eu não sei porque na TV do nosso quarto só pega até o 4, de vez em quando, malemá, pega um dos outros 3, mas desistimos de tentar assisti-los. Se não me engano, o 1 e o 2 são do mesmo “dono”, TV NZ (não sei se são privadas ou do governo), e o 3 e o 4 são meio concorrentes.

2) Os kiwis adoram barbecue (o famoso churrasco, ou BBQ), mas aqui as churrasqueiras são a gás, parecem um fogão com acendedores automáticos. Os poucos que fazem churrasco com carvão (principalmente os brasileiros) sofrem, porque dizem que o carvão aqui é caro e não é dos melhores pra pegar fogo.

3) É muito comum ver casais relativamente novos, de aparentemente cerca de 30 anos de idade, com 2 ou 3 filhos pequenos. Não sei se esse “fenômeno” é recente ou se o governo dá algum tipo de incentivo a eles (já que o país foi invadido por imigrantes e vai perdendo sua pouca identidade dia a dia), o fato é que aqui é bem comum ver casais empurrando carrinhos de bebê para dois (com duas crianças entre 3 e 4 anos) e outro bebezinho sendo levado naquelas “mochilas” de carregar bebês.

4) Muitos fumantes preferem “bolar” seu próprio cigarro do que comprar os industrializados. Eles compram a seda e o “recheio” e enrolam na hora que vão fumar – dizem as más línguas que é possível encontrar um certo tipo de maconha (não sei se concentrada ou diluida com outros matinhos) nas lojas de conveniência que vendem cigarros, vendida legalmente.

5) Antes de vir pra cá, li que os neo zelandezes não são ligados à moda. Não é exatamente assim, a verdade é que todos eles se acham os reis do fashion, porém o bom gosto nas combinações é um tanto quanto questionável. Já estou parando de me espantar com as bizarrices que vejo pela rua, como mulheres com meia calça arrastão e blusas cheias de brilho na praia debaixo de um solão, ou uma reencarnação da Cindy Lauper cheia de pedaços de panos misturados com couro e rendas. Os loucos são loucos, tranquilo, no Brasil também tem vários, mas as pessoas “comuns” cometem alguns modelitos que... aff (meu cunhado Márcio ia chorar se visse, rs).

6) Sal é coisa rara na culinária kiwi (seja a nativa ou a imigrante). Dizem que eles evitam a iguaria por preocupação com a saúde, em compensação, usam e abusam da pimenta. Quando a gente pede um steak com fritas e salada, a carne vem sem tempero nenhum, no máximo uma pastinha de manteiga com alho pra colocar em cima, já a salada, quase sempre vem com um molhinho caprichado na pimenta. Não sei se essa substituição é tão saudável assim...

7) Não se assuste se vir um kiwi andando descalço pela rua. Tudo bem, é uma cidade “de praia”, não tem nada demais em andar no calçadão ou nas proximidades da praia sem sapato, mas não é o caso. Pode estar o maior frio, tem gente que anda descalço no asfalto. Ou melhor, que tal ir ao supermercado de camisa, calça jeans e meia – sem sapato! Pois é, eles fazem isso com muita freqüência. Alguns só usam meias pretas, pra não ter o problema de ficarem encardidas de pisar no chão por aí.

8) Lojas do tipo brechó fazem o maior sucesso por aqui. Já tínhamos ouvido falar da loja do Salvation Army, uma instituição que recebe doações que, quando em bom estado, são vendidas na loja (de roupas a móveis) com fins filantrópicos, mas também existem as puramente comerciais. Já vi diversas lojas de roupas vendendo calças jeans, vestidos, casacos, acessórios, sapatos e muito mais, a preços que variam de $4,50 (isso mesmo, minha amiga comprou uma calça jeans praticamente nova por esse preço) a mais de $100 (sim, também tem coisas novas).

9) Wellington é uma das cidades onde mais se toma café no mundo. Existem inúmeros (nem sei estimar quantos) estabelecimentos especializados em café espalhados por todos os cantos da cidade. Só na Cuba St e Courtenay Place deve ter mais de cem. Como a concorrência é grande, eles não vacilam na qualidade e na variedade. É café preto, capuccino, mochaccino, com vanilla, com leite canela... quentes ou gelados... e de diversas origens (italiano, cubano...). Não sou de tomar café preto, mas os diferentes eu adoro! O Shura disse que o preto não é muito diferente do brasileiro.

10) Nunca vi sequer um cachorro de rua aqui. Já vi muitos “vira-latas”, daqueles de raça indefinida, mas todos eles estavam com uma colerinha passeando com seu dono. Aliás, os cães daqui são muito bem educados. É difícil ver algum latindo no meio da rua, ou querendo avançar em alguém. Muitos andam sem coleira e ficam bonitinhos perto do seu dono, sem nem olhar pro lado direito. Em compensação, os gatos fazem a festa na rua. Só aqui no hotel tem uns 4 ou 5 que ficam visitando nossa janela, doidinhos pra entrar. Pois é, os vira-latas aqui são os gatos, que não podem sentir um cheirinho de comida que já vêm pedir arrego.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

350 NZ Climate Action Festival

Acho que já comentei por aqui que a Nova Zelândia é um país preocupado com a sustentabilidade. Pois bem, no último sábado, dia 6 de dezembro, aconteceu o 350 NZ Climate Action Festival, no Waitangi Park, aqui pertinho.

O evento reuniu diversas ONGs e Instituições que trabalham em prol do meio ambiente para falar sobre uma vida sustentável, priorizando o uso de energias limpas, “recicladas” e renováveis, como a solar (para o aquecimento de água e ambientes em construções, por exemplo) ou a elétrica (como combustível de automóveis – aqui já existem muitos carros híbridos, movidos em parte por gasolina e em parte pela eletricidade), entre outras como a eólica (gerada pelo vento).

Além de stands explicativos, o evento promoveu discussões a respeito de temas como a redução da emissão de CO2, com a simples troca do carro pela bicicleta, e mobilizou pessoas a se manifestarem sobre esta questão escrevendo cartas para o novo primeiro ministro, John Key (que dizem não ser tão preocupado com as questões ambientais quanto a ex-primeira ministra, Hellen Clark).

Foi uma tarde bem interessante, ao ar livre, com muitas famílias fazendo picnic, jogos ecológicamente corretos e música ao vivo. Aliás, não posso deixar de comentar sobre as bandas. Infelizmente, não lembro o nome delas (vou pesquisar!), mas teve duas que nos chamou muito a atenção, uma de Pop-Rock (eu acho, sou meio ruim pra rotular os estilos), que fazia um som bem diferente do que costumamos ouvir no Brasil (como os Emos, argh) e outra de Reggae, que misturava um pouco da cultura Maori (inclusive no idioma das letras) com instrumentos clássicos como o violino e os metais. As duas são muito boas, preciso ir atrás de mais informações sobre elas...

Estávamos de bobeira, indo para a praia pra ler um pouco, quando nos deparamos com este festival. Óbvio que o Shurato quis ficar por lá, afinal ele é todo engajado nessas causas e sonha em morar no meio do mato em uma casa auto-sustentável. Eu não sei muito a respeito, mas me interesso também, então acabou sendo uma tarde bem agradável.

Para saber mais sobre a 350 (ONG idealizadora do Festival) e sobre o que é “Climate Action”, visitem o site clicando aqui.
Tiramos algumas fotos do festival, vejam aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Southern Walkway



Wellington é uma cidade litorânea, cheia de baías e praias, porém cercada de montanhas pelo outro lado. Repleta de parques e reservas naturais, é definitivamente uma cidade propícia para a vida ao ar livre – seja por terra, mar ou ar.

Nos centros de informações aos visitantes (isite) é possível encontrar uma série de folhetos e guias de passeios onde os turistas podem ver de perto toda a beleza natural desta cidade. Entre eles, encontramos uma série de folhetos chamada “Explore Wellington”, onde cada folheto mostra um mapa de uma trilha e as atrações daquela região.

Decidimos começar pela Southern Walkway, que leva da Oriental Bay até Island Bay por meio da floresta de Town Belt, passando pelo Monte Victória e Truby King Park. São cerca de 11km de caminhada morro acima e abaixo, que pode durar de 4 a 5 horas. Nós fizemos em 4h30.

Não foi fácil subir os morros até o topo, mas as vistas lá de cima são absolutamente compensadoras. É difícil explicar com palavras, então, preferi contar por meio de fotolegendas. Let’s go!

A trilha começa na Oriental Parade, principal avenida de Oriental Bay (lugar que freqüentamos quase que diariamente). Intercalando rampas e escadas em zigue-zague, vamos subindo e passando por entre casas antigas e condomínios de luxo, até chegar à primeira parada.

Logo na primeira subida a vista já é incrível. Wellington Central, o porto, a marina, a praia e o mar – o imenso e lindo mar verde azulado da Nova Zelândia. Até aqui já valeu a pena.

E a trilha continua morro acima. Escadinhas como esta, rampas, ou simplesmente trilhas no meio da mata nos guiam através de diversos pontos interessantes como mirantes, parques, reservas etc.

O curioso é que, mesmo andando pelo meio da mata, algumas vezes por trilhas escondidas entre as árvores, não dá pra sentir medo ou sensação de estar “perdido”. Afinal, a cidade está logo ali, abaixo de nós, é só olhar por entre a mata e ver a paisagem dos prédios de Wellington de cima.

O Frodo passou por aqui... rs. Sem querer, acabamos encontrando uma sinalização que mostra que as filmagens da trilogia O Senhor dos Anéis passou por aqui. Até seguimos a seta pra ver se havia algo em especial, mas era apenas a mata com suas árvores “assustadoras”.

Uau. A vista de um dos pontos mais altos da trilha é de deixar qualquer um babando. Mar de um lado, mar do outro, a cidade no meio. It’s wonderful! Esse ponto fica mais ou menos na metade da trilha, daí pra frente ainda havia um longo caminho. Deu vontade de ficar a tarde toda sentados, olhando ao nosso redor.

Pausa para o almoço na sombra das árvores. Pra aguentar 5 horas andando, só com muita água, frutas, sanduiches, barras de cereal e muito fôlego.

Pose para foto em um dos pontos turísticos da trilha, o Truby King Park. É uma espécie de jardim botânico, que foi todo criado por esse tal de Truby King há muito tempo atrás. O jardim é muito bonito, e a vista de lá de cima também. Mas vamos em frente!

A trilha passa ao lado do Zoológico de Wellington, que fica no bairro de Newtown – qualquer dia ainda quero ir lá passear. Não deu pra ver nenhum animal, mas passamos bem ao lado da área dos macacos babuínos.

Ops, para onde vamos! Alguns pontos da trilha são um pouco confusos e não é difícil pegar a direção errada. Isso porque os tótenzinhos que indicam a direção muitas vezes ficam escondidos no meio do mato, ou estão meio mal posicionados, vejam um exemplo abaixo:

... super fácil enxergar a setinha, ainda mais quando já se está cansado de tanto andar. Da primeira vez que o Shurato fez essa trilha, ele foi sozinho. Advinhem! Sim, ele se perdeu umas três vezes porque não viu a sinalização, rs.

Quase no topo! Vista da praia de Lyall Bay, que fica bem ao lado do aeroporto (ao fundo). Desse ponto dá pra ter uma visão 360 graus maravilhosa. Gravamos um videozinho, mas está um tanto quanto pesado e provavelmente não conseguirei postá-lo.

Pausa para reforçar o protetor solar. Com um solão desses na cabeça, considerando que não havia uma nuvem sequer no céu, que nós estamos na NZ (bem abaixo do buraco da camada de ozônio) e que estávamos no topo do morro, não dava pra dispensar o Sundown (olha o merchan, rs). Passamos antes de sair de casa, mas já estávamos andando há cerca de 3 horas.

Atenção para esta foto! À primeira vista é meio difícil perceber, mas se olharem lá no fundo, depois do mar, é possível ver a Ilha Sul da Nova Zelândia, com suas montanhas e geleiras (se tudo der certo, vamos pra lá agora em Dezembro, nas férias do curso).

Do outro lado, muito verde ao redor da cidade. Ai ai, como é bom respirar ar puro!

Lá no meio desse marzão todo, dá pra ver a Ferry que leva passageiros e cargas para a Ilha Sul - são 3 horas de Wellington (aqui) até Picton (lá). Dizem que a viagem é linda e que, em algumas épocas do ano, é possível ver golfinhos.

O céu é o limite!! Esta é a última grande subida da trilha, também, pra cima disso não tem mais nada, rs. Na verdade, ao longo da trilha, são muitos sobes e desces, contornando os morros e florestas. Mas fiquei verdadeiramente feliz ao chegar no topo, as pernas já estavam pedindo arrego.

Nós economizando água (atenção para a garrafinha com cerca de 1]3 de água) e damos de cara com um reservatório enorme de água no meio do caminho. Pena que não tinha nenhuma torneirinha, rs.

Pra descer, todo santo ajuda! Hehe... começa nossa descida rumo à costa. Agora ficou fácil!

Praia à vista!! Últimos metros no meio da mata, já começamos a ver sinais de civilização.

Ok, eu sei que está chegando, mas preciso de um minuto deitada nessa grama.

Chegamos! Ops, é uma praia, mas não Island Bay. Esta é a Houghton Bay, uma praia antes do nosso destino. Um pouco diferente de Oriental Bay, a areia é mais escura, com mais “sujeira” natural como algas e galhos de árvores, mas é muito bonita. Só não sei o que vários surfistinhas estavam fazendo lá, porque onda que é bom, nada.

Reserva de Taputeranga, uma área cheia de rochas e algas protegida pelas autoridades ambientais. As pessoas mergulham aqui perto, deve ser super bonito, pois a fauna marinha é muito rica por aqui.

Enfim, a praia de Island Bay. Muito bonita, mas com muitos barcos, rochas e algas. Fica meio difícil entrar na água e nadar, mas a praia é bem bonita.

Ao fundo, a ilha que dá nome à praia.

Finish!! Aqui termina oficialmente a trilha. Yes! Apesar do cansaço, meu desempenho foi melhor do que eu esperava. Uhu!! Xô sedentarismo, estou começando a ganhar mais condicionamento físico.
Meus pézinhos, depois de tanto andar, em seu merecido descanso no Shortland Park, onde termina a trilha.

Bom, depois de andar quase 5 horas, nada mais justo que voltar pra casa de ônibus. Foi a primeira vez que andei de ônibus aqui na Nova Zelândia. Não é nada tão diferente do Brasil, rs, custou $4 por pessoa (porque aqui os ônibus cobram por quilometragem, e fomos do ponto inicial até perto do ponto final), bem carinho, mas pelo menos o ônibus é bem conservado, limpo e fui sentadinha (tudo bem que era sábado, não sei como é nos outros dias da semana).

Se quiserem ter uma idéia do tamanho do percurso, cliquem nas imagens dos mapinhas abaixo. A trilha está dividida em duas partes, aí estão elas:



E assim termina nossa aventura. Foi um dia puxado, mas recompensante. Quero mais!! Estamos programando nossa próxima aventura, assim que acontecer, a gente conta pra vocês.
Para ver todas as fotos da Southern Walkway (são mais de 100, rs), clique aqui ou vá até o link do álbum no final do menu do lado direito do blog.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Um mês na Nova Zelândia – Balanço Geral

Dia 28 de novembro completamos um mês aqui em NZ, nada mais justo que fazer um balanço do que aconteceu até agora: quais lugares conhecemos, que tipo de comida comemos, o que aprendemos... let’s go!

Por onde passamos

O fato é que aqui a gente faz tudo a pé, ou seja, anda mais que notícia ruim. O Shurato já pegu um ônibus, eu ainda não. Podemos dizer que já passamos por quase todos os lugares aos quais dá pra se chegar a pé (sem caminhar por mais de 2 horas, rs) e conhecemos grande parte dos pontos turísticos e parques de Wellington, alguns só de vista (não chegamos a entrar), mas demos uma olhadinha.

Bairros:
Mount Victória
Mount Cook
Te Aro
Lambton
Kelburn
Oriental Bay
Lyall Bay (fomos uma vez só, com o Tó)
Island Bay (o Shurato foi sozinho, em uma caminhada de cerca de 5 horas)

Parques e pontos turísticos:
Waterfront
Frank Kitts Park
Central Park
Botanic Garden
Kelburn Park (de passagem)
Praia da Oriental Bay
Civic Centre
Cable Car (fomos inclusive ao museu, mas não andamos nele)
Te Papa Museum
Prédio do Parlamento (só do lado de fora)
Railway Station (estação central de trem)
Westpac Stadium (Estádio de futebol, vimos só do lado de fora)
Loockout Mt Victória (um mirante em cima do monte)
Container Terminal (o porto, ao qual chegamos acidentalmente quando nos perdemos)
Aeroporto de Auckland e Wellington (claro, rs)

O que comemos e bebemos

Em casa ou na rua, já experimentamos algumas coisas diferentes, mas quase sempre vamos no básico. O Shurato come de tudo, mas eu sou mais chata pra comer, então fica difícil experimentar as “estranhices” da culinária kiwi.

Comida – em casa:
Noodles (aquele miojão que vem num potinho e é só colocar água quente, esperar 3 minutos e comer)
Arroz semi-pronto (2 minutos no microondas e pronto!)
Macarrão (dos semi-prontos e o tradicional, feito por nós, com molho de tomate – pronto, rs)
Frango assado (vende pronto no mercado, como aqueles de padaria do Brasil, comemos muitas vezes)
Feijão enlatado (o primeiro era do tipo branco, com molho de tomate, doce, mas agora encontramos um mais marronzinho e sem tempero, que a gente joga na panela e tempera do nosso jeito)
Salada (no mercado vende uns potinhos com uma salada pronta, alface, pepino, rabanete, cenoura e, às vezes, um molhinho)
Frutas – banana, maçã, nectarina, pêssego, uva (daquelas docinhas sem caroço) e uma salada de frutas pronta que vende no mercado (com abacaxi, melão de vários tipos, melancia e laranja) - maioria é bem cara, até o kiwi, nem chegamos a comprar.
Batata
Ovo (é caro também!)
Pão (muitos, daqueles molinhos, tipo de hamburguer, que não ficam duros no dia seguinte)
Frango (peito resfriado, muito caro! Cerca de 18 dólares o quilo)
Churrasco (com direito a carne boa, picanha junto com outras carnes, linguiça, asa de frango, coração e pão de alho)
Salgadinhos (batatas tipo rufles de diversos sabores, inclusive uma com vinagre, horrível, que está aqui há umas 3 semanas e não acaba rs, e um genérico do orkut)
Barrinhas de cereal (tem boas e ruins, como no Brasil)
Bolachas com cobertura de chocolate e do tipo cookies (da Budget, que é a marca mais barata daqui, porém gostosa)
Entre outras guloseimas...

Comida – na rua:
Mc Donald’s
Burguer King (os dois mais baratos)
Burguer Fuel (caro, porém enorme e muito bom)
Mr Bun – All Day Breakfast (uma loja que tem o “café da manhã” deles durante o dia todo, almoçamos lá, dois baita hamburgueres com batata frita)
Pizza Hell
A-Roy – Fast Food Tailandês (achamos um bem gostoso, fomos umas três vezes já)
Bristol Hotel (um bar que serve almoço, alguns pratos custam $10, como um steak com fritas e salada – um bifão bem bom, rs – ou um espetinho de frango com molho e arroz e salada)
KFC (no Brasil não foi pra frente, mas tem várias aqui, então fomos experimentar. Odiamos. O frango é gorduroso demais, a casquinha não é crocante como aparece na propaganda, os molhos e acompanhamentos são esquisitos, argh. Never more)
Starbucks (além do café, a gente come umas safadezas lá às vezes, como o bolo de chocolate e o muffin gigante, que são uma delícia)
Bebidas:
Coca-cola Zero (muita)
Sprite (às vezes pra variar, pena que não tem guaraná, rs)
Sucos – os de laranja que vende no mercado tem todos o mesmo gosto, de casca de laranja
Cafés, Capuccinos, Mochaccinos, Chocolates Quentes e afins (já experimentamos em vários lugares diferentes, mas os da Starbucks ainda são os mais gostosos e caprichados – mas ainda tem milhares de cafés aqui em Wellington, conhecemos poucos).
Charlie’s Juice (é um suco de garrafinha, tem de vários sabores, alguns meio estranhos, tomei a limonada e gostei, é levemente gaseificada, mas é diferente das H2Os da vida)
Suco de Aloe Vera (vende no supermercado chinês aqui perto, experimentamos pela primeira vez no Brasil, na feira de flores em Arujá. Dizem que é o suco da juventude, então vamos que vamos, rs)
Leite (compramos umas duas garrafas, uma pra fazer o tal do macarrão pronto, que falava pra colocar leite pro molho ficar cremoso, e outra pra eu tomar. É meio estranho, mas com o tempo a gente acostuma)
Cerveja (experimentei umas duas marcas daqui, Export Gold e outra que não lembro o nome, rs. Também tomei a Sol mexicana, tem outras conhecidas aqui, como Heineken e Miller, mas vou sempre na mesmas – mais barata)
Chá (achamos um no mercado que é parecido com o chá preto que tomávamos no Brasil, a caixinha vem com 50 saquinhos, acho, então vai durar bastante – a única diferença é que os saquinhos não têm aquela cordinha, então temos que tirar da água com uma colher)
Água (desistimos de comprar mineral, vai da torneira mesmo, rs)
Lojas que frequentamos
New World (supermercado)
The Warehouse (tem de tudo pra casa e pras pessoas da casa, e o melhor, é barata)
Dick Smith (entre as lojas de eletrônicos, é uma das mais baratas)
Cash Converteres (compram e revendem artigos usados, tem de tudo também)
Whitcoulls (rede grande de livraria e papelaria, tem umas coisas legais)
Briscoes (é parecida com a Warehouse, mas só tem coisas pra casa, foi onde encontramos fronhas de travesseiro por 99 centavos, rs)
Lojas de 2 dólares (tem duas aqui perto, tem de tudo por $2)
Salvation Army Family Store (loja onde eles vendem coisas doadas para Exército da Salvação – tem de tudo, de roupas a móveis, comprei uma boina e um chapéuzinho lá e estou de olho nos casacos, alguns custam menos de $10)

Coisas que aconteceram desde que chegamos...

Guy Fawkes Day e “Ride of your life”

Guy Fawkes foi um soldado inglês católico que teve participação na "Conspiração da Pólvora" na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o parlamento inglês durante a sessão. Guy Fawkes foi torturado e enforcado por traição e tentativa de assassinato.

Hoje em dia, os neo-zelandeses comemoram a morte dele, rs. Parece bizarro, mas todo dia 5 de novembro (que é o dia da sua morte) tem uma queima de fogos aqui em memória deste acontecimento.

A comemoração deste ano foi acompanhada por um grande evento chamado "Ride of your life", onde teve shows e diversas outras atrações em locais públicos e um dos objetivos era arrecadar dinheiro para a "Free Ambulance", que é o serviço de ambulâncias grátis para os cidadãos.
Assistimos a queima de fogos do alto do Monte Victória, onde tem um mirante (perto da casa do Tó). Foram 15 minutos de show, até gravei alguns trechinhos para vocês, mas os vídeos ficaram muito pesados e não consegui postar. Mas tudo bem, ao vivo é muito melhor.

Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub 17

Quando chegamos à NZ, vi umas faixas da FIFA nos aeroportos de Auckland e Wellington, dizendo que a copa do mundo de futebol feminino sub 17 este ano seria aqui. Não acompanhamos de perto, mas parece que os jogos aconteceram em várias cidades, inclusive aqui em Wellington. A seleção brasileira chegou a jogar aqui, contra a Inglaterra, mas, se não me engano, perdeu de 2x0. Pelo que ouvi, depois elas também perderam pra Coréia e acabaram sendo eliminadas logo nas primeiras fases. Vergonha, hehe. No fim, nem sei quem ganhou, até queria ter ido assistir algum jogo no estádio, mas quando eu via, a data já tinha passado.

Eleições

Dia 8 de novembro aconteceram as eleições aqui na Nova Zelândia. Bom, é difícil explicar coo funciona a política aqui, porque nem eu entendo ainda. O que sei é que o país é governado por um Primeiro Ministro, e não por um Presidente, como no Brasil. “Oficialmente”, quem manda é a Rainha, mas na prática quem administra a encrenca é o primeiro ministro.

A Helen Clark foi a primeira ministra nos últimos 9 anos, pelo partido Labour (o vermelho, rs), mas nessas eleições ela perdeu para a “oposição”. O “prime minister” eleito foi o John Key, do partido National (o azul, rs). Dizem que com esse cara no poder as coisas vão ficar melhores pros imigrantes, não sei, não ouvi nada oficial, mas espero que seja verdade...

Além dessa diferença, aqui o voto não é obrigatório. Diferentemente do Brasil, existem campanhas publicitárias na TV incentivando o voto, mas ninguém é obrigado a votar. Tem também um esquema de enviar seu voto pelo correio ou votar por um 0800, tudo pra facilitar o trabalho dos eleitores e fazer com quem mais gente vote. Quem comparece às urnas no dia da eleição ganha um adesivinho que diz “eu votei”, meio que pra servir de exemplo pros outros.

Enfim...

Em um mês, tiramos mais de 500 fotos, quase todas estão disponíveis online para vocês verem (só não foram pros álbuns as que ficaram muito ruins, rs).

Por enquanto, vai tudo muito bem. Esta semana demos entrada no nosso IRD (uma espécie de CPF, que exigem para se trabalhar aqui) e estamos tentando mudar nosso visto de Visitante pra Permissão de Trabalho, demos entrada também, agora é só esperar a resposta da imigração, que deve sair em umas duas semanas. Depois disso, chega de vida de turista, bora trabalhar pra ganhar dinheiro (e poder gastar com a consciência tranquila, rs).
Torçam por nós!!
E que venha o próximo mês, e que ele traga muitas boas novidades para nós (como emprego, visto de trabalho, viagens e muito mais)!
Beijos,
Cris e Shurato

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Tentando levar uma vida saudável...

Pra ser bem sincera comida não tem sido nosso forte por aqui. A gente até tenta ter uma alimentação saudável, comprar frutas, diminuir o refrigerante, não comer fritura... mas, no fim, a gente sempre acaba num Burguer King da vida comendo um duplo cheeseburguer com batata frita ou na Starbucks tomando um double chocolate mocha frapuccino e um mega pedaço de bolo de chocolate. Mas a Coca-Cola é Zero! Rs

É difícil... a gente anda muito por aqui, queima os neurônios tentando aprender inglês, gasta muita energia e precisa reabastecer, não tem jeito.

Mas estamos tentando maneirar! Não engordei desde que cheguei, acho até que emagreci um pouco (ou mantive o que emagreci no último mês no Brasil), mas quero emagrecer mais... então, mãos à obra!
O primeiro passo é controlar a boca, especialmente nos dias de semana. Vamos tentar deixar os refrigerantes, cervejas e “safadezas” para o fim de semana, assim a consciência (e o panceps) não pesa tanto.

Pra ajudar a melhorar nosso condicionamento e a forma física, começamos um treinamento intensivo, rs. Além do que a gente já anda pra ir pra escola, pro mercado ou pra todos os outros lugares por aqui, começamos hoje um treino de cerca de 1h30 a 2h, que será repetido todas as tardes (assim espero).

Aproveitando que tem um calçadão enorme beirando o mar da Oriental Bay, com uma linda vista, fizemos alongamento, caminhada por quase todo o calçadão (aproximadamente 1h andando rápido), tentamos até uma corridinha, mas não passei de 2 minutos trotando na ida e 2 na volta, meu fôlego ainda não aguenta. Pra finalizar, abdominais e flexões (essas são mais pro Shurato, ainda não aguento muito) e mais alongamento.

Se conseguirmos manter o ritmo e controlar a boca, vai nos fazer bem. À noite já estamos tentando evitar comida pesada. Pra balancear os nutrientes e não deixar faltar nenhuma vitamina, começamos a tomar comprimidos de Centrum, diariamente.

Pelo menos enquanto temos as tardes livre, até começarmos a trabalhar, espero que a gente consiga manter essa rotina. Estou exausta, dolorida, mas sinto-me bem. Vamos ver no que dá.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fotos novas...

Oi pessoal!

Mais fotenhos no álbum do picasa!
O link está no menu do lado direito, lá embaixo, mas quem preferir, pode acessar clicando aqui.

Beijos!
Cris e Shurato

Diversidade religiosa

Por onde a gente anda aqui em Wellington, é possível ver uma igreja em cada esquina. As denominações são as mais variadas possíveis, desde as protestantes bem comuns no Brasil, como Presbiteriana, Metodista, Adventista, até outras religiões bem antigas e tradicionais como a Anglicana ou Grega Ortodoxa. Tem também as católicas, com nomes de santos (St. Peter, St. Marie of Angels etc.), tem também a dos Mormons, comunidades Judaicas e templos Muçulmanos.

Nas ruas, é bem comum ver mulheres com a cabeça coberta ou até mesmo com alguns tipos de burcas, seguindo a tradição muçulmana. Como há muitos orientais aqui (chineses, coreanos, japoneses, indonésios, tailandeses, indianos e outros dessas redondezas) é provável que haja templos de religiões típicas destes lugares, talvez budismo, entre outras.

No domingo de manhã, lá pelas 9h, liguei a TV e em várias emissoras estavam passando programas religiosos, parecidos com os que passam no Brasil. Ainda não andei pelas ruas no domingo pra ver se as igrejas estão cheias, mas é bem provável que sim.

Tem até uma rua aqui em Wellington que se chama “Church street”.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Backpacker, nem sempre a melhor opção

Quando começamos a ler sobre a Nova Zelândia e as opções mais baratas de acomodação, o que mais ouvimos falar foi sobre os backpackers – mais conhecidos como albergues no Brasil. Lemos que era possível encontrar diárias por volta de 20 dólares em backpackers, e que eles são a acomodação preferida de mochileiros ou estudantes internacionais.

Ao pesquisar para escolher onde ficaríamos quando chegássemos, começamos a ver que não era bem assim. No Google Maps encontramos dezenas de backpackers em Wellington, mas ao entrar no site de cada um deles, os preços assustaram. Sim, existem opções de diárias bem baratas, por volta dos 20 dólares, mas isso se você não se importar de ficar em um quarto com mais 6, 8, 10 ou mais pessoas. Talvez seja uma boa pra quem viaja sozinho, em busca de aventura. Afinal, num quarto com pessoas desconhecidas é mais fácil conhecer gente e encontrar diversão. Mas não é bem o nosso caso...

Procurávamos um quarto privativo, onde pudéssemos ficar só nós dois, e nesse caso, os preços sobem bastante. Levando em conta que já teríamos que usar banheiro, chuveiro, cozinha, sala e tv coletivos, não seria pedir muito ter pelo menos um quarto só pra gente, pra termos um pouco de privacidade e poder deixar nossas bagagens tranquilamente (não é preconceito, mas em backpacker tem gente de todo canto do mundo, não dá pra confiar em todo mundo).

Os valores para diárias de quartos duplos mais baratos que encontramos foram por volta de 60 dólares (pelo quarto, não por pessoa). Alguns chegavam a cobrar $60 por pessoa. Absurdo. O que fizemos foi reservar um quarto apenas para a primeira semana. Assim, chegando aqui, poderíamos andar pela cidade e ver se encontraríamos alguma opção mais barata, mesmo porque não sabíamos se iríamos nos adaptar ao backpacker que escolhemos, o Rowena’s Lodge (não tinha muitas fotos no site).

Quando chegamos, confesso que foi um baque. O lugar não é tão ruim, mas na situação em que nos encontrávamos, cansados da viagem de quase dois dias, precisando de um banho quente, comida e cama, foi desanimador. Tomar banho no banheiro coletivo não é lá muito agradável. Os boxes até que não eram tão apertados, mas ter que entrar com roupa suja, roupa limpa, toalha, shampoo e companhia, se trocar no chão molhado (e torcer pra que não caia tudo nesse chão)... é um porre. Fora que quando alguém ia usar a pia do banheiro e ligava a torneira, quase morríamos queimados ou congelados, porque a temperatura da água do chuveiro ficava toda desregulada. Já passei por coisa pior, mas quando eu ia acampar com galera, aí o pique era outro. Pelo menos a cama era boa e a coberta bem quente, disso não podemos reclamar.

Nosso primeiro "lar"... isso que vocês estão vendo era todo o nosso território no backpacker, o resto era coletivo (a bagunça é só um detalhe)


Mas depois que descansamos da viagem, o primeiro passo foi andar pela cidade e conhecer outras possibilidades de acomodação, se não mais baratas, pelo menos mais confortáveis.

Passados alguns dias, encontramos outro backpacker, o Rosemere Backpacker. Tínhamos entrado no site deles no Brasil e parecia melhor que onde estávamos, mas inicialmente não tinha vaga. Então, fizemos uma reserva pra quando saíssemos do outro Rowena’s. Porém, nesse meio tempo, conhecemos uma família de brasileiros (Junior, Márcia e os dois filhos, de Piracicaba) que nos falou sobre um hotel onde eles haviam morado por um tempo, por um preço bem atrativo, então fomos conhecer.

Motor Inn – um hotel com jeito de casa

Chegamos ao Carillon Motor Inn, um hotel antigo, tipo casarão, cuja dona é uma senhora, Mrs. Bernice. Quando chegamos ela não foi lá muito receptiva, olhou meio desconfiada. Mas o Shurato começou a conversar com ela e explicou que o Junior, que havia morado lá, tinha nos indicado, que precisávamos ficar cerca de oito semanas, enquanto estudamos inglês. Ela logo foi com nossa cara, e acabou fazendo um pacote pra gente – fechamos um quarto por 200 dólares por semana. No backpacker, estávamos pagando 420 por semana.

Ou seja, por menos da metade do preço, conseguimos um quarto maior, com banheiro privativo, TV, e outras coisinhas mais, como um armário e uma mesa. Quem procura acha! rs. A única desvantagem aqui é que ainda não temos nossa própria cozinha e geladeira, e temos que usar a do hotel. Mas isso não é tão complicado, em alguns horários é bem tranquilo. O lugar é meio estranho à primeira vista, à noite chega a ser meio assustador, rs, o carpete cheira um pouco de mofo, mas aos poucos nosso quarto ficou com cara de casa.

Bem melhor, não!
Aqui às vezes aparecem “hóspedes casuais”, pra ficar uma noite ou duas, mas a maioria das pessoas mora por aqui, alguns há meses. Sair daqui, só se arrumarmos emprego e conseguirmos alugar um apê por um bom preço com nossa própria cozinha. Mas nem sabemos se continuaremos em Wellington depois do curso, então por enquanto nem vale a pena sair daqui.

Enfim, a dica é essa, pra quem vai viajar pro exterior, nem sempre as opções disponíveis na internet são as melhores e mais baratas. Pra quem é mais novo, não fala nada de inglês, uma outra boa opção é ficar em Homestay, ou seja, casa de família. Nossos novos amigos brasileiros estão nesse esquema e se sentiram bem acolhidos quando chegaram. Fora que os pacotes já incluem alimentação, então acaba saindo bem barato. Mas pra quem já é mais independente e não se adaptaria a morar com uma família “estranha”, existem essas opções debaixo do tapete. Hotéis antigos, casarões que alugam quartos, até alguns motéis podem sair bem barato pra passar um fim de semana ou pouco tempo (Motel aqui não tem o mesmo sentido que no Brasil, é simplesmente um lugar pra passar a noite).

O que vale é pesquisar, andar pela cidade, perguntar para quem é de lá ou já foi para lá há mais tempo, enfim, não tomar como única base a internet e os guias de viagem.
Have a nice trip!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Primeiras conquistas na Nova Zelândia

Telefone Celular – Telecom Pré-pago
NZ$ 99,00 (ainda ganhamos $10,00 em créditos)
Dick Smith Eletronics – Nossa loja preferida de eletrônicos, tem de tudo e os preços são bacanas.
Detalhe, só compramos Telecom porque o Tó falou que o celular dele era Telecom, no fim, o dele é Vodafone (a concorrente, como se fosse a TIM no Brasil, de chip), todos os imigrantes tem Vodafone, e só a gente tem Telecom (que é a Vivo daqui, rs, CDMA ainda).

Laptop Asus Eee PC
NZ$ 749,00
Dick Smith Eletronics
Mais barato que este, só um que vinha com Linux em vez de Windows. Mas optamos por este "portátil" por ser mais prático para levarmos de um lado para o outro. Tem nos ajudado bastante...

Head Phone Dick Smith
NZ$ 29,99
Dick Smith Eletronics
Apesar do laptop já ter microfone e caixa de som embutidos, fica mais fácil falar com a família pelo Skype com esse Head Phone, pois o som fica mais nítido, para os dois lados.

Aquecedor elétrico
NZ$ 12,00
Cash Converters – um tipo de brechó que tem tudo o que você possa imaginar “semi-novo”, as pessoas vendem suas coisas usadas lá e eles revendem. Tem desde eletrônicos, computadores, artigos esportivos, eletrodomésticos, e algumas coisas novas, tipo CDs a 5 dólares.
Estava difícil dormir sem ele, aqui faz muito frio durante a noite.

Varal portátil
NZ$ 12
The Warehouse – um tipo de megastore que tem de tudo para a casa, eletrônicos, roupas, artigos de perfumaria e limpeza, guloseimas e outras coisas mais, tudo a ótimos preços.
Agora a gente não precisa mais estender roupas nas portas e no box do banheiro, rs.

Kit refeição
Jogo com 4 pratos – NZ$ 6,99
Jogo com 16 talheres – NZ$ 7,99
Jogo com 2 canecas – NZ$ 5,99
Abridor de latas – NZ$ 3,92
The Warehouse
Depois de passar 3 semanas usando pratos, copos e talheres descartáveis, fomos ns Warehouse e fizemos a festa (ainda faltam as panelas e o resto do chá de cozinha, rs, mas isso só mais pra frente).

Ah, também abrimos uma conta bancária. Afinal, não dá pra ficar andando só com dinheiro vivo pela cidade. Como o Shurato já tinha trocado e-mails com o banco Westpac, não foi tão difícil abrir uma conta, só precisamos do passaporte e do comprovante de endereço no Brasil. Agora é tudo no cartão de débito (as taxas bancárias aqui não são lá muito baratas, pra fazer um saque, por exemplo, a taxa é de $3,50 – independente do valor do saque, pra depositar também paga-se a mesma taxa, então o negócio é ir passando tudo no cartão, já que aceitam em qualquer lugar).

O próximo passo é arrumar um emprego, afinal, por enquanto o dinheiro está só saindo, precisa começar a entrar. Mas isso é assunto pra outro post...