sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Immigration NZ – A novela do Work Permit

Dia 28 de janeiro completamos 3 meses aqui na Nova Zelândia. Depois de quase 2 meses entre idas e vindas com a Imigração, a boa notícia é que saiu nosso primeiro Work Permit. Mas foram tantos enroscos que vale a pena falar um pouco sobre o assunto, seja pra alertar quem está vindo pra cá ou simplesmente pra desabafar depois de tanta aflição.

Tudo começou no Brasil, antes mesmo de virmos para cá. Uma das primeiras coisas que fizemos quando decidimos viajar foi visitar o site da Embaixada neo-zelandesa no Brasil e no site da Imigração daqui, para ver quais as possibilidades de vistos possíveis para nós. Os amigos que vieram pra cá já haviam falado da possibilidade de renovar o visto de turista por até 2 vezes (ou seja, 9 meses de duração), ou conseguir um visto de trabalho sazonal para as fazendas, enfim. Baixamos formulários, lemos muito e viemos.

O primeiro contato com a Imigração foi melhor impossível. Havíamos preparado um dossiê repleto de documentos comprovando endereço e condição financeira no Brasil, reserva de curso de inglês aqui, comprovante de acomodação... enfim, tudo para não sermos mandados de volta ao Brasil logo de cara. E não é que nada disso teve utilidade! O senhor neo-zelandes perguntou apenas o que viemos fazer aqui (resposta: English course) e quanto tempo pretendíamos ficar (8 weeks!), pronto, passaportes carimbados e sejam bem-vindos à New Zealand! Foi lindo. Pena que a decepção viria pouco mais de um mês depois...

À procura de emprego, entramos mais algumas vezes no site da Imigração e ficamos sabendo sobre um possibilidade de work permit para a qual não seria necessária uma oferta de trabalho (o mais difícil até então). É o tal do “Variation of condition” (também conhecido como VOC). Ele transforma seu visto de visitante em visto de estudo ou trabalho por no máximo 6 semanas. Ou seja, você não ganha mais tempo no país, mas durante o tempo em que duraria seu visto de visitante você também poderia trabalhar. Perfeito!! Seria o ideal para conseguirmos entrar em algum emprego para então dar entrada no work permit comum, com a tal oferta de trabalho já em mãos.

Não perdemos tempo e fomos até o escritório da Imigração em Wellington, que achamos que seria um dos melhores e mais ágeis por ser a capital, mas nos enganamos. Logo na primeira visita fomos recepcionado por uma funcionária um tanto quanto áspera e nem um pouco cortez, que nos mandou preencher um formulário e colocar junto com os passaportes e mais $120 (para cada um) num envelope e numa caixa que mais parecia um lixo. Sem ter nenhuma informação a mais e nos sentindo totalmente inseguros, resolvemos conversar com alguns amigos por aqui e voltar outro dia.

Na segunda visita, mais novidades. Outra funcionária, dessa vez nem tão grossa, mas também não muito disposta a ajudar, disse que precisaríamos de uma oferta de trabalho, mesmo para este tipo de visto (o que contraria totalmente o que estava escrito no site). Neste caso, fizemos algumas ligações, conseguimos o nome de uma empresa que nos contrataria caso fossemos para Blenheim (trabalhar em vinícolas), preenchemos o tal formulário e jogamos tudo na tal caixa, com muito aperto no coração. O prazo para o retorno era de uma a três semanas, então o jeito era esperar.

Em cerca e 10 dias recebemos um “sedex” da Imigração logo cedo, quando estávamos indo para o curso. Mais que depressa fomos abrindo o envelope e, para nossa desilusão, o visto não havia sido aceito. Porém, a justificativa foi que o problema era com a tal empresa (que não tinha um tal registro), e não conosco. Desta forma, com um recibo de pagamento, poderíamos aplicar novamente com outro empregador. Foi o que fizemos... com uma carta de oferta de emprego em mãos, voltamos à imigração mais que depressa. Já havia passado um tempo e a imigração fecharia para Holiday em alguns dias (pro Natal e Reveillon). Pelas nossas contas, estávamos aos 45 minutos do segundo tempo para conseguir as tais 6 semanas de trabalho, sem exceder nosso Visitor Permit.

Com esperança de que alguma boa alma poderia resolver nossa situação no ato, sem precisarmos jogar tudo na tal caixa, fomos conversar com um homem aparentemente simpático. Alguns amigos conseguiram resolver a renovação de visto conversando, não custava tentar. Porém, a simpatia não era maior que a ansiedade pelo holiay e o atendende disse que faria o possível, mas tivemos que ir embora sem uma resposta. Desta vez, não ficaram com nossos passaportes, por causa das férias, e mandaram uma mensagem no celular falando que responderiam em 30 dias. 30 dias?! Como assim??? Em 30 dias estaríamos a apenas uma semana para expirar nosso visto de visitante.

Mas ok, tentamos manter a calma e aguardar. Nesse meio tempo surgiu a oportunidade de ganhar um dinheiro nas férias em Hastings, cidadezinha localizada em Hawkes Bay, uma das regiões mais produtivas em termos de horticultura na Nova Zelândia. Então fomos pra ver no que dava, afinal, a Imigração não responderia antes do dia 5 de janeiro, quando voltariam das férias coletivas.

O tempo foi passando, nada da Imigração responder, a paciência diminuindo... Ligamos na central e, pra variar, uma informação mais desconcertada que a outra. Eis que acabaram os 30 dias. Ligamos de novo e nada. Segundo eles, nosso processo ainda estava em andamento. Enquanto isso, em Hastings, todas as pessoas que deram entrada no work permit tiveram uma resposta, positiva, em no máximo 5 dias (detalhe, sem precisar da tal oferta de trabalho). Para tentar correr contra o tempo, fomos atrás de ajuda por aqui.

Em Hastings não há escritório da Imigração, o mais próximo fica em Palmerston North (umas 2h daqui). Mas existem escritórios com consultores que fazem meio campo com quem precisa tirar o visto por aqui. Um deles é o PICKNZ, uma espécie de agência de empregos em horticultura (falarei mais deles em outro texto, vale a pena). Enfim, depois de ouvir toda a nossa novela, a simpática atendente achou tudo muito estranho por vários motivos. Segundo ela, 1- a imigração não deixa processos em andamento sem reter o passaporte dos imigrantes; 2- o tal do VOC não estava mais disponível nesta época (parece que é meio limitado); 3- dificilmente demoram tanto para dar uma resposta e, se fosse o caso de negarem, teriam que responder devolvendo o dinheiro pago.

Estranhos nós já havíamos achado, mas precisávamos de informações certeiras sobre o que fazer. Como uma neo-zelandesa consegue entender muito mellhor o que outra neo-zelandesa diz, essa funcionária do PICKNZ ligou pra Imigração de Wellington e se informou sobre a situação. Resumindo, ela nos aconselhou a aplicar outro visto por aqui, já que estávamos com nossos passaportes em mãos.

Uma das possibilidades seria aplicar o Work Holiday Visa, que tem duração de um ano e é ótimo para estudantes. Vários países da América Latina já tinham essa possibilidade antes, mas para o Brasil começou em dezembro agora, com apenas 300 vagas para todos od brasileiros. Mas além dessa concorrência pelo número de vagas, o Shu não poderia aplicá-lo porque tem mais de 30 anos (meu véio, hehe). Então aplpicamos para o Seasonal Work Permit (chamado de TRSE). Ele dá direito a 4 meses de trabalho em empresas que contratam trabalhadores temporários, a maioria em horticultura, vinicultura, essas coisas. Como já havíamos pago $120 cada, só precisaríamos completar com mais $80 cada, já que esse custa $200 (fora a comissão do escritório, porque nada é de graça nessa vida). Até aí tudo bem, saindo o visto já estaríamos no lucro.

Porém, como as surpresas sempre aparecem quando a gente menos espera (senão não seriam surpresas, rs), no dia seguinte em que fizemos a nova aplicação recebemos um recado da nossa amiga de Wellington dizendo que havia chego uma carta da Imigração pra gente. Quando ela falou deu até um friozinho na barriga, afinal, já nem estávamos contando com uma resposta deles depois que começamos a tocar o processo por aqui. A “boa notícia” é que aceitaram nosso VOC, ou seja, nos deram uma semana de work permit, dá pra acreditar? O que dá pra fazer em uma semana? Enfim, ficamos um pouco mais desapontados com o serviço de imigração, que parece ter feito isso só para engolir nosso dinheiro. Com isso, tivemos que pagar o valor integral do outro visto que tínhamos aplicado.

É triste ver que, mesmo em um país “de primeiro mundo”, onde teoricamente as coisas funcionam melhor que no Brasil, justamente o serviço de imigração chega a lembrar o funcionalismo público brasileiro. Onde nem tudo o que está escrito é regra e tudo depende de quem te atendeu e se esta pessoa está num bom dia ou vai com a sua cara.

Mas tudo bem, passou... pelo menos pelos próximos 4 meses estamos tranquilos quanto a isso. Agora a correria é outra, por um bom emprego que nos dê a chance de renovar o visto por mais tempo, quem sabe um ano ou mais. Mas isso é mais pra frente, por enquanto vamos levando com o que aparece, seja aqui em Hastings (onde as coisas já estão melhorando e já começamos a trabalhar legalmente com tudo certinho no contrato) ou mesmo em Wellington, pra onde queremos voltar assim que possível.

Yes! We have work permit!

3 comentários:

Anônimo disse...

nossa, que novela mesmo! mas que boem que deu tudo certo!!!! grande beijo!!

Anônimo disse...

oi tudo bem? gostaria de mais informaççoes sobre essa agencia pickNZ por favor.. meu email é anappmonteiro@hotmail.com. Obrigada
Ana

Anônimo disse...

Oi tudo bem, estou a passaeio em Masterton,NZ, se eu quizesse ficar como posso me imformar mais, que devo fazer, onde devoprocrar, meu ingles e fraco, tenho visto de tres meses, .. pode me da mais informacao.. dalto26@hotmail.com