segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Kiwi English

Antes de vir para a NZ já sabíamos que o inglês daqui não seria o mesmo que estávamos acostumados a ouvir nas músicas e filmes. Mesmo entendendo bem o inglês americano, o Shurato tinha noção de que o sotaque daqui seria outro. Pra mim, não faz muita diferença, porque mesmo no inglês americano eu tenho dificuldades para entender o que as pessoas falam.

Mas tudo bem, viemos com uma pré-matrícula para um curso de 8 semanas na MFH (link), uma escola bem conhecida dos imigrantes daqui, especialmente os asiáticos (tem de tudo lá, chinês, japonês, coreano, tailandês, indonésio, indiano, turco, húngaro e, claro, brasileiro).

Durante a viagem, como viemos pela LAN Chile, coloquei em prática todo o meu espanhol (que aprendi em um ano de curso, rs) pra entender o que as aeromoças, o piloto e os funcionários da LAN falavam. Não entendi 100%, mas foi mais fácil que em inglês. Chegando em Auckland, passei a bola pro Shu, afinal, inglês é mais com ele. Mas logo de cara foi um baque: mesmo as funcionárias do aeroporto, que falam mais pausadamente porque estão acostumadas a lidar com estrangeiros, foi bem difícil entender tudo o que diziam.

Os “nativos” daqui então, aff. No taxi, nos restaurantes, em todo lugar, parece uma outra língua. É diferente do inglês americano, mas também é diferente do inglês britânico, enfim, é o inglês Kiwi.

Aos poucos vamos nos acostumando com a pronúncia de algumas palavras e vamos nos virando. O número 10, por exemplo, aqui não se fala “ten”, como aprendemos no Brasil, mas sim “tin” (é escrito com e, mas eles pronunciam com i). Entre outras peculiaridades, hoje já entendemos quando a caixa do supermercado pergunta se precisamos de uma bag (sacola) ou se a atendente do Mc Donalds pergunta se vamos levar pra viagem ou comer lá mesmo. Enfim, são coisas bobas que muitas vezes nossa resposta foi “sorry” ou “I don’t understand”.

O melhor é quando as pessoas acham que eu falo inglês e começam a falar um monte de coisas, super rápido, olhando pra mim. Devo ficar com a maior cara de ué, rs. A nossa host aqui do Hotel Mrs Bernice, é uma delas. Uma velhinha ao mesmo tempo assustadora e simpática que foi com a nossa cara e nos recebeu super bem. Quando nos mudamos pra cá, ela tentou puxar papo comigo, coitada. Eu fiquei olhando ela terminar de falar e soltei logo um “sorry, I don’t speak English”, ai ela começou a rir e falou que era uma “good idea” estudar inglês, rs. Isso quando eu não solto um “no, please”, como fiz na Warehouse (uma loja que vende de tudo, de roupas, comidas até artigos pra casa) quando a moça perguntou sobre a sacola. No please! Quer a sacola ou não quer afinal! Só eu mesma, rs. Eu e o Shu morremos de rir depois, rs.

Bom, voltando ao curso de inglês. No nosso primeiro dia, aplicaram um teste de proficiência pra ver nosso nível. Mas em testes escritos eu não sou tão ruim, então, acabaram nos colocando na mesma classe. Mas logo na primeira aula boiei em muita coisa, afinal, nas aulas de inglês daqui, obviamente, só se fala inglês.

No início a professora (Susan, um amor de neo-zelandesa) até falava devagar, mas começou se empolgar aí me perdi toda. Mas conversei com ela e mudei de classe. Não tem como, o Shu se vira bem, mesmo com dificuldades, mas eu não tenho um vocabulário muito amplo, então fica difícil entender tudo e responder formulando frases de improviso. Acho que esta nova classe vai me ajudar a ter mais segurança, assim espero.

No mais, estamos lendo em inglês, assistindo TV em inglês, convivendo com pessoas que falam inglês (exceto uma ou duas vezes por semana, quando encontramos nossos amigos brasileiros e conseguimos relaxar). Estou tentando me acostumar a assistir os mesmos programas que eu via no Brasil, mas agora em English (e sem legenda, rs), como Simpsons, Friends e outros filmes e seriados diversos. Os telejornais então, só entendo quando colocam legenda ou infográficos, ou quando colocam a temperatura, sol e nuvens no mapinha da previsão do tempo.

É bem difícil, muitas vezes não entendo todo o contexto, só o tema de que estão falando. Mas vamos que vamos. Por enquanto, me contento em entender os desenhos animados feitos para crianças de 5 anos, rs.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei o termo, 'kiwi english'. e 'ten' virar 'tin' é de chorar... beijão aos dois!